terça-feira, 14 de abril de 2009

Saúde – Invasão de moscas varejeiras suspende cirurgias no Fundão


Um dia após denunciarmos a situação precária do CTI de um hospital particular no Rio de Janeiro, temos a trágica notícia da situação constrangedora por que passaram os pacientes do hospital do Fundão, que esperavam, depois de meses aguardando na fila, conseguir fazer uma cirurgia.

As moscas varejeiras invadiram 7 salas de cirurgia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ, na Ilha do Governador, nesta segunda-feira. A invasão dos insetos levou a direção da unidade a suspender operações que estavam marcadas. A infestação provocou revolta entre doentes internados na unidade. Pacientes do setor de ginecologia relataram que os médicos só informaram sobre o problema por volta das 12:00. A falta de higiene no setor também foi relatada pelos pacientes.


A direção do hospital informou que as salas do centro médico são dedetizadas de acordo com as normas, contudo, não soube explicar as causas da infestação. Pacientes e médicos também reclamam de infiltrações nas salas da unidade. Uma farmacêutica, que não quis se identificar, suspeita que as moscas tenham sido atraídas pelo forte cheiro de sangue e pelo calor das salas de cirurgia. As moscas costumam ficar em locais sujos, provavelmente não limparam as salas no domingo.

Essa situação de caos perdura há décadas. O Hospital Universitário da UFRJ, que deveria servir de modelo (afinal de contas é um hospital escola de uma universidade federal) é o retrato do descaso e da trágica situação do setor de saúde no país. O péssimo estado de conservação do prédio e equipamentos é conhecido há tempos. O tema serve de matéria constante nos meios de comunicação. Todos têm conhecimento das dificuldades e precariedades, mas nada fazem.

Os corredores denunciam a falta de conservação na enfermaria e muitas salas são utilizadas como depósito de material quebrado. Pacientes e médicos que circulam no hospital reclamam das infiltrações no teto. Segundo alguns funcionários, é comum placas de gesso caírem no chão. Os sanitários não apresentam as mínimas condições de higiene e funcionamento. São alas e alas abandonadas, vidraças quebradas, fiação à vista, dentre outros absurdos. Muitos setores do prédio estão totalmente desativados.

Isso ocorre numa das mais importantes capitais do país, porta de entrada de turistas nacionais e estrangeiros. Como exigir fiscalização dos órgão públicos sobre os hospitais , clínicas e demais serviços privados de saúde, se um estabelecimento federal desse porte encontra-se nessa situação? Infelizmente esse é o fiel retrato da saúde brasileira. Pobre povo que ainda aceita esse estado de coisas. Imagine o que está acontecendo nesse Brasil afora.


Mas esse é o cara!