quarta-feira, 29 de abril de 2009

Tecnologia verde - Plástico biodegradável em larga escala


A Braskem vai produzir anualmente 200 mil toneladas de matéria-prima para a produção de plásticos a partir da cana-de-açúcar, um material totalmente biodegradável que pode se decompor na natureza um ano depois de descartado - o plástico tradicional leva mais de 200 anos para degradar-se completamente.

Outras empresas também já usam tecnologias para produção de plástico biodegradável no país, mas agora essa experiência é de larga escala. Com a presença da Governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, e da Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, a empresa petroquímica lançou na última quarta-feira (22/04) em Triunfo, no Rio Grande do Sul, a pedra fundamental do seu projeto verde, planta industrial cujas obras vão gerar 1.500 empregos.

A unidade deverá estar concluída no final de 2010 e consumirá investimentos de R$ 500 milhões. Essa será a primeira operação em escala comercial no mundo da produção de polietileno verde a partir de matéria-prima 100% renovável. A produção será destinada ao mercado do produto alternativo, que consome em todo o mundo 70 milhões de toneladas de polietileno por ano.

Inicialmente, será usada cana proveniente de São Paulo, mas o projeto vai estimular também a exploração da cultura no estado. O zoneamento agrícola da cana-de-açúcar no Rio Grande do Sul foi divulgado na semana passada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O polietileno biodegradável vai ser produzido a partir de uma resina sintetizada do etanol e permitirá a fabricação de tanques de combustível para veículos, filmes para fraudas descartáveis, recipientes para iogurtes, leite, xampu, detergentes. O polietileno é fornecido à indústria em forma de bolinhas que são então transformadas nas embalagens ou em peças para diversas finalidades, como para a indústria de brinquedos. Segundo a empresa, cada quilo de PE Verde produzido captura e fixa 2,5 kg de CO2 que estão na atmosfera, colaborando assim para a redução do efeito estufa e do aquecimento global. Outra grande vantagem do polietileno verde é a sua versatilidade, pois todos os seus produtos podem ser usados nos maquinários das indústrias de transformação sem qualquer necessidade de investimentos em modificações ou adaptações, além de possuir custo de produção bastante competitivo no mercado mundial.

A nova Planta de Polietileno Verde da Braskem estará funcionando no ano que vem, envolvendo o uso inicial de 400 milhões de litros de álcool. A ampliação do potencial de produção da fábrica de Triunfo, nos próximos anos, dependerá da demanda do mercado internacional.

Agenda – Costa Verde Fluminense terá seu primeiro fórum de projetos


Promovido pela Água Marinha e o GDASI – Grupo de Defesa Ambiental e Social de Itacuruçá, será realizado em 15 de maio o I FORUM DE PROJETOS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA COSTA VERDE DO RIO DE JANEIRO. O evento pretende reunir o Poder Público, empresários, terceiro setor, agricultores e pescadores da região da Costa Verde para a apresentação e discussão de projetos de infra-estrutura ou de sustentabilidade social e ambiental, que venham contribuir para a redução dos problemas ambientais experimentados pelos municípios da região nas últimas décadas.

Com previsão de início para as 10:00 e término às 17:00, o fórum será realizado no IATE CLUBE DE ITACURUÇÁ, à Rua Evelina, 30, Itacuruçá, Mangaratiba, RJ. Mais informações: Tel.: (21) 2220-7645; 2240-9981; E.mail: ambiente@aguamarinha.org.

Árvore do mês - CARRAPETA (Guarea guidonia)


Ocorrência – da Costa Rica e Panamá até ao Paraguai e Argentina. Ocorre nas matas de quase todo o Brasil, sendo abundante na Amazônia, até ao Rio de Janeiro.
Outros nomes – marinheiro, camboatã, carrapeta-verdadeira, açafroa, bilreiro, canjerana miúda, cedrão, cedro branco, cedrorana, macuqueiro, jitó, guaré, jata[ubá, pau bala, jataúba branca, pau de sabão, taúva, peloteira.
Características – atinge de 25 a 30 m de altura e 1 m de diâmetro de tronco. Ramos jovens densamente ou esparsamente pubescentes, tornando-se glabros depois de velhos, casca de coloração acastanhada e lenticelas pálidas. A sua folhagem é densa. Folhas compostas, de 30 a 40 cm de comprimento, com 6 a 10 pares de folíolos, opostos, elípticos, oblongos ou lanceolados, ápice atenuado ou acuminado base aguda, cartáceos ou suboriáceos glabros. As flores são brancas, pequeninas, perfumadas, dispondo-se em panículas pilosas em forma de pirâmide. Os frutos são cápsulas globosas, amareladas, pequenas, com 2 a 4 lojas cada uma com uma semente avermelhada envolta por arilo da mesma coloração com sementes avermelhadas. Um Kg de sementes contém aproximadamente 2.600 unidades.
Habitat – matas de galeria
Propagação – sementes
Madeira – moderadamente pesada, dura, resistente, elástica, aromática, de grande durabilidade mesmo quando em contato com o solo e a umidade.
Utilidade – a casca é utilizada para fins medicinais, tendo propriedades vermífugas, febrífugas, laxantes e adstringentes, no tratamento de dores e tensão no globo ocular e conjuntivite. As cascas e raízes são usadas para provocarem vômitos, também possui ação sobre o útero e são utilizadas para estimular a menstruação. A sua madeira, branca, é muito valorizada. É própria para construção civil e naval, carpintaria, obras internas, para confecção de vagões e carrocerias, caixotaria, forros, caixilhos de portas e janelas, etc. A árvore além de ornamental proporciona ótima sombra, podendo ser empregada no paisagismo rural e urbano. Suas folhas são consideradas tóxicas para o gado. Os frutos são avidamente procurados por espécies da fauna, que também contribuem para a sua disseminação, tornando a planta útil para plantios mistos em áreas degradadas de preservação permanente.
Florescimento – dezembro a abril
Frutificação - junho a dezembro (Fonte: Vivaterra)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Conservação – Disney preservando a Mata Atlântica


Nesta última quarta-feira (22), a Disney lançou o documentário "Earth", que tem como tema o meio ambiente e faz parte de um projeto de ajuda à Mata Atlântica brasileira. A empresa se comprometeu a plantar uma árvore para cada ingresso vendido durante a semana de lançamento do filme.

A produção é a primeira do selo Disneynature e mostra a vida de três famílias de animais. A empresa informou que pretende lançar um projeto semelhante a cada ano.

"Earth" conta com a narração de James Earl Jones e apresenta imagens incomuns da natureza, além de momentos de grande intimidade entre seus protagonistas. Para Alastair Fothergill, que dirigiu o documentário ao lado de Mark Linfield, Earth é o filme perfeito para começar a série Disneynature nos Estados Unidos porque é um retrato do planeta em seu conjunto.


Segundo ele, o filme foi rodado literalmente de polo a pólo, sendo uma celebração da beleza de todo o planeta. De certa forma, "Earth" é como a introdução musical em uma ópera, um grande começo para o selo Disneynature.


A dupla de diretores já tem intimidade com o assunto. Os dois trabalharam no documentário Planet Earth, do Discovery Channel e vencedor de um prêmio Emmy.

Mata Atlântica - Legislação prejudica comunidades tradicionais


A legislação ambiental, imprescindível para a preservação da Mata Atlântica, ameaça o desenvolvimento das comunidades tradicionais – indígenas, descendentes de quilombolas e caiçaras – que convivem com a mata há centenas de anos.

As diversas leis ambientais criadas nos últimos 40 anos, que possibilitaram a instituição de parques, reservas e estações ecológicas, praticamente congelaram a devastação da Mata Atlântica. No entanto, as normas bloquearam também a continuidade das atividades tradicionais executadas pelas populações que, reconhecidamente, foram as maiores responsáveis pelo que ainda restou do bioma.

Caiçaras, descendentes de quilombolas e indígenas mantêm aspectos culturais seculares e praticam, sobretudo, agricultura voltada à subsistência. São reconhecidos por conviver com a mata sem destruí-la. No entanto, parte das terras utilizada há centenas de anos por essa população foi sobreposta por unidades de preservação ambiental. Parte considerável dessa população foi impedida de desenvolver suas roças, de caçar e de extrair da mata produtos que ajudavam na sobrevivência.

O modo como foram aplicadas as normas ambientais nos últimos anos acabou por causar a expulsão dessas comunidades tradicionais de suas terras e abriu espaço para que outros grupos, menos responsáveis ambientalmente, ingressassem na área da mata.

Segundo ambientalistas, seria necessária uma postura propositiva de dialogar com as comunidades para que elas pudessem continuar vivendo e mantendo a relação que sempre tiveram com o meio ambiente, e não da forma como o Estado fez nos últimos anos, principalmente a partir da criação dos parques, que originou um processo de expulsão dessas comunidades.

Outros agentes econômicos tomaram esse espaço e o estrago está sendo muito maior, na medida em que essas comunidades não estão lá para ocupar da forma como tradicionalmente a área foi ocupada.

Hoje, na Mata Atlântica, vivem cerca de 70 povos indígenas em centenas de aldeias e mais de 370 comunidades quilombolas. No mesmo espaço, foram criadas aproximadamente 1.400 unidades de conservação federais e estaduais, como parques, reservas, estações ecológicas e reservas particulares do patrimônio natural. Com as medidas protecionistas, essa riqueza que é a diversidade social que há na Mata Atlântica dessas comunidades tradicionais está sendo perdida, como também o papel que essas comunidades tiveram de manter a floresta em pé.

A roça de coivara é um bom exemplo das atividades dos povos tradicionais que preservaram a mata. Consiste num sistema de rodízio na utilização da terra, sem a necessidade de expansão da área cultivada.

Os povos tradicionais da região de Mata Atlântica derrubavam a mata, faziam roça de arroz, milho, feijão e mandioca e não compravam nada a não ser o sal. Colhiam, vendiam e ainda tinham para comer. Nenhum gênero alimentício vinha de fora. Sobreviviam com suas próprias atividades. Depois da criação de unidades de conservação, muitos abandonaram a agricultura, dedicando-se somente às pesca, não podendo mais derrubar mata. Os caiçaras, quilombolas e indígenas perderam o chão, pois a vida era fazer uma roça manejada pela própria comunidade. A agricultura familiar ficou praticamente desativada, o que dificultou as condições de vida desses povos.

Mas é no núcleo Picinguaba, do Parque Estadual da Serra do Mar, SP, que uma nova experiência com as comunidades tradicionais procura estabelecer um equilíbrio entre cumprir a lei ambiental e preservar as atividades das populações que já viviam no local muito antes da criação dessas áreas de conservação. Essas comunidades viveram até 2004 sob situação de forte pressão, que gerou uma exclusão social muito grave, porque a legislação ambiental que incidia sobre a gestão da unidade previa que essas comunidades fossem indenizadas, removidas e reassentadas em outro local.

A partir de então, as comunidades, em parceria com a administração do parque, encontraram uma solução jurídica para o impasse. Cruzando várias legislações, tanto do ponto de vista social quanto ambiental, criaram o que é chamado de “plano de uso tradicional”. Trata-se de um pacto social, um acordo estabelecido com todos os órgãos gestores para que a comunidade possa permanecer na área, garantindo seus direitos adquiridos de permanência, desenvolvimento das suas atividades e seus hábitos culturais cotidianos.

Duas comunidades quilombolas da região já conseguiram concretizar o pacto. Na prática, o plano consiste num cadastramento de todos os ocupantes, uma caracterização de como vivem, seus hábitos e suas dependências. Também define o desenvolvimento de projetos para implantação de uma série de atividades para desenvolvimento sustentável e as áreas e locais apropriados para que essas práticas possam se desenvolver.

As comunidades que fizeram o pacto já têm demarcados territórios dentro de suas áreas onde podem construir novas edificações, plantar e abrir áreas de plantio, assim como extrair recursos da floresta. Mas, com a preocupação agora de adaptar suas técnicas à sustentabilidade.

Começaram a extrair a polpa da palmeira juçara (símbolo da Mata Atlântica) de um jeito sustentável, não arrancando todos os cachos, escolhendo-se um para deixar, pois as aves e outros animais utilizam-se da palmeira que é vital para a vida da floresta. Um grupo de índios Guarani, que habita uma reserva indígena no município de São Sebastião, em meio a Mata Atlântica, permanece realizando suas atividades tradicionais, mas incorporaram novos meios de cultivo que preservam a mata nativa. Passaram a usar mudas de pupunha, mudas de açaí, que também dão em palmeiras, para preservar a palmeira juçara.

Nós aqui do blog concordamos com quase tudo que está sendo noticiado e desenvolvido para a sobrevivência dessas comunidades e seu ecossistema. Só não concordamos com a introdução de espécies exóticas como o açaí (típica do norte do país) e a pupunha (região amazônica) em áreas de conservação de Mata Atlântica! A legislação ambiental, nos faz crer, vem sendo feita por pessoas que não têm a mínima noção da realidade dos diferentes biomas brasileiros e comunidades que dele dependem. Infelizmente, é a conclusão que estamos chegando a cada dia que passa. É 8 ou 80. Quando não restringe tudo, abre espaço para uma potencial devastação pela introdução de espécies não típicas da região. Sabe-se há muito tempo da viabilidade de manejo da palmeira juçara (Euterpe edulis), espécie típica de Mata Atlântica, que proporciona além do suco de “açaí”, seria o suco de juçara no caso, sementes para produção de mudas, mudas (as matrizes de palmeiras selecionadas formam verdadeiros bancos de mudas ao seu redor, devido à queda e germinação natural das sementes), madeira para construção, material para cobertura, e o melhor palmito que existe. Não podemos nos esquecer que a palmeira juçara é uma excelente fonte de alimento para a diversas espécies da fauna nativa.

O manejo é muito simples e poderia ser implantado em qualquer área da Floresta Pluvial Atlântica. Além de garantir a sobrevivência das comunidades tradicionais, melhorando suas condições de vida, ajudaria a preservar a palmeira juçara, hoje ameaçada de extinção, sem ter de correr o risco de introdução de espécies exóticas num dos ecossistemas mais ameaçados do planeta.

Acidente ambiental - Pássaro fumante e incendiário


Um pássaro provocou um incêndio que destruiu uma loja na Inglaterra, causando um prejuízo de 250 mil libras (cerca de R$ 816 mil). A investigação policial concluiu que um passarinho, provavelmente um pardal ecologicamente incorreto, levou um cigarro aceso para seu ninho no telhado da loja, onde o incêndio começou.

No dia 9 de março, os bombeiros foram chamados para combater o fogo no telhado da Crescent Stores, no condado de Lincolnshire. As primeiras investigações não encontraram falhas no sistema elétrico ou de gás, mas os peritos encontraram 35 pontas de cigarros em vários ninhos de pardais nas calhas do telhado.

Depois de intensas buscas, os consultores da companhia de seguros da loja disseram ao proprietário, Paul Sheriff, que um cigarro aceso levado por um pássaro era a única explicação possível para o incêndio.

O telhado desapareceu e o apartamento no andar de cima, que o proprietário havia acabado de decorar, ficou totalmente destruído. O estrago foi grande. A loja ficou imunda, o forro do teto caiu e toda a instalação elétrica foi destruída.

Sheriff agora instalou um telhado especial em sua loja para evitar novos acidentes. A loja já foi reaberta, mas o apartamento no andar de cima ainda está sendo reformado.

Conservação - INEA propõe criação de Parque Estadual na Região dos Lagos


O Instituto Estadual do Ambiente (INEA), da Secretaria Estadual do Ambiente, vai apresentar a secretários do Meio Ambiente da Região dos Lagos os resultados dos estudos técnicos para a criação do Parque Estadual da Costa do Sol. Administrado em parceria com as prefeituras e formado por vários segmentos, o novo parque terá um papel estratégico na proteção de ecossistemas ameaçados e no incentivo à atividade turística.

A vistoria técnica nas áreas previstas para fazer parte do parque já foi realizada pela equipe do instituto. Agora, a proposta será encaminhada aos municípios que terão áreas incluídas e, a seguir, acontecerão audiências públicas para apresentação do projeto à comunidade. A proposta já recebeu apoio do Ministério do Meio Ambiente e da Secretaria do Ambiente do Estado do Rio.

A idéia é implantar o conceito de gestão de parques setoriais, a exemplo do que existe em outros países, como o Canadá, por exemplo, mas que não são comuns ainda no Brasil. O estado cria e viabiliza a desapropriação, planos e investimentos, e os municípios administram em regime de co-gestão os futuros centros de visitação.

Dividido em três grandes setores e com 29 áreas segmentadas, o futuro Parque Estadual da Costa do Sol vai absorver unidades criadas pelos municípios, mas que não eram reconhecidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Todas estas áreas reunidas somam cerca de 5,7 mil hectares nos municípios de Cabo Frio, Arraial do Cabo, Araruama, Saquarema, São Pedro da Aldeia e Iguaba Grande.

A riqueza ambiental da região e a integração dos municípios através de um consórcio muito ativo na questão ambiental, são duas situações muito favoráveis à criação do parque, segundo os técnicos do INEA. O Parque Estadual da Costa do Sol é uma das unidades de conservação propostas pelo grupo de trabalho formado pelo Consórcio Intermunicipal Lagos São João, com recursos do Ministério do Meio Ambiente. Além do impacto positivo para o turismo da região, a criação da unidade também integra o conjunto de medidas para a revitalização da Lagoa de Araruama, e a utilização adequada dos seus recursos, com atividades de alta ou baixa intensidade conforme o grau de proteção da área.

Outros locais, como as dunas de Cabo Frio ou a Mata de Jacarepiá, conhecida pela presença de micos-leões dourados, também passarão a fazer parte do novo parque, que terá um papel importante na preservação da biodiversidade e dos recursos hídricos da Região dos Lagos.

Energia alternativa - A maior usina solar do mundo é portuguesa e vai produzir 93 GWh


Da alvorada ao poente, 2.520 placas solares, com 104 painéis fotovoltaicos cada um, se alimentam do sol que irradia a vila alentejana de Amareleja, sul de Portugal, para produzir energia limpa através da maior usina solar do mundo.

Com capacidade total instalada de 46,41 MW, a Central Solar Fotovoltaica de Amareleja, propriedade da empresa espanhola Acciona, líder mundial de energias renováveis, "salpica" de azul 250 hectares perto da "terra mais quente de Portugal", devido aos recordes de temperatura máxima durante o verão.

A qualidade e a quantidade da radiação solar na região, aliadas à disponibilidade de terras adequadas, levaram a Acciona a investir 261 milhões de euros num projeto idealizado a seis anos pelo "sonho renovável" do prefeito de Moura, José Maria Pós-de-mina.

Em funcionamento pleno há quase quatro meses, a central vai produzir, durante os próximos 25 anos, 93 GWh de energia por ano, afirmou Francisco Aleixo, diretor-geral da Amper Central Solar, empresa que instalou e gere a usina.

A produção é suficiente para abastecer 35 mil habitações e poupar cerca de 90 mil toneladas de emissões de gases com efeito de estufa. A central, que durante a fase de instalação empregou temporariamente 220 trabalhadores, vai criar cerca de 15 postos de trabalho permanentes, a maioria nos serviços de manutenção.

O projeto engloba ainda uma fábrica de produção de painéis fotovoltaicos, também propriedade da Acciona a funcionar em Moura, e que deverá criar entre 100 e 110 empregos diretos. Por outro lado, a Acciona, quando adquiriu a Amper, criada pela prefeitura de Moura para construir e gerir a central, disponibilizou dois fundos para o município. Um deles, no valor de três milhões de euros, será para iniciar do Tecnopólo de Moura, que será focado na pesquisa e criação de empresas do setor das energias renováveis, e o outro, de 500 mil euros, destina-se à construção de infraestruturas sociais na cidade.

A usina tem também um caráter didático e é uma mostra do potencial da tecnologia fotovoltaica, que, apesar de ainda não estar completamente madura, já está muito evoluída. A tecnologia pode ser usada para produzir energia através de grandes e de mini usinas e de microgeração, um novo regime que permite aos consumidores produzirem eletricidade a partir das suas casas ou edifícios por meio de sistemas tecnológicos de energias renováveis. Além da central de Amareleja, no distrito de Beja, que tem a maior potência fotovoltaica licenciada em Portugal, existem outras sete usinas, três no concelho de Ferreira do Alentejo, duas no de Mértola, uma no de Serpa e outra no de Almodôvar.

E aqui eles ainda insistem em investir em energia nuclear.

Biodiversidade - Pau-brasil pode ser alternativa contra o câncer


Há 509 anos, a árvore era abundante na Mata Atlântica por ocasião do descobrimento e deu o nome ao país. Com folhas miúdas, vagens e o tronco cheio de espinhos, o pau-brasil (Caesalpinia echinata) pode atingir até 30 m de altura e é dono de uma façanha única no mundo: nenhuma outra árvore batizou uma nação. As flores duram apenas dois dias e o miolo é cor de brasa, daí o nome Brasil. A madeira também é a melhor que existe para fabricar arcos de instrumentos de corda.

O corante extraído do pau-brasil era disputado como ouro em pó pelos colonizadores. Os nobres da época usavam o vermelho intenso para tingir roupas e produzir tintas para escrever. O pau-brasil virou símbolo de poder e riqueza.

Importante no passado e ameaçado de extinção, o pau-brasil ainda pode revelar muitas riquezas. Foi o que constatou a pesquisadora Elizângela Cristhianne Barbosa da Silva da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O trabalho por ela desenvolvido mostra que o extrato da planta reduziu tumores em camundongos e o pau-brasil pode ser uma alternativa no tratamento contra o câncer. Somente num experimento inicial, a doença sofreu uma redução de 80%. Um resultado surpreendente e bastante favorável, tendo em vista que, para considerar uma substância como eficaz em um experimento com os roedores, basta que o seu resultado esteja numa faixa de 50% a 60%.

O extrato bruto do pau-brasil utilizado nos experimentos contém, entre outras substâncias, a brasileína, um composto químico com propriedades corantes e que é responsável pela pigmentação vermelha do pau-brasil. Essa substância é encontrada na árvore na forma de brasilina, mas, após um processo de oxidação, ela torna-se a brasileína.

A espécie ocupa o topo da lista das árvores ameaçadas de extinção no país e estima-se que cerca de 70 milhões de árvores foram derrubadas para a fabricação de corante, instrumentos e móveis, sendo exportadas para a Europa pelos colonizadores portugueses.

Nuclear - Paraty-Cunha interditada preocupa em caso de acidente nuclear


Motoristas enfrentam dificuldades para chegar a Paraty, no sul fluminense. A região é muito procurada por turistas, mas um dos acessos está interditado: a Estrada Paraty-Cunha. A estrada fechada atrapalha os turistas e a população, não apenas os de São Paulo, que poderiam usar a estrada para chegar a Paraty, mas, principalmente, os pequenos produtores rurais da região.

A estimativa é de que o prejuízo seja de R$ 10 milhões. O mais alarmante é que a Estrada Paraty-Cunha, assim como a Rio-Santos, é rota de fuga em caso de acidente nas usinas nucleares de Angra dos Reis. A situação das duas rodovias foi tema de uma Audiência Pública no município na semana passada. O encontro discutiu a importância das estradas e a Prefeitura de Paraty pretende levar esta discussão ao Ministério Público, estadual e federal, com o objetivo de condicionar o início da construção de Angra 3, à recuperação das duas estradas.

Vários políticos da região participaram da Audiência Pública para reforçar a importância das obras. Para eles, as más condições do trecho da Rio-Santos que passa pela cidade histórica e a Paraty-Cunha, que está interditada desde o dia 10 de janeiro, quando o município foi atingido por uma tromba d’água, atrapalham as cidades vizinhas. O funcionamento da estrada é um sonho antigo dos moradores de ambos os municípios, na esperança de viabilização do desenvolvimento econômico da região.


A Paraty-Cunha é o acesso mais curto entre São Paulo e Paraty. A beleza natural é um dos atrativos da estrada, que faz parte da lista de roteiros mais procurados por turistas, por reunir também sobrados coloniais, pousadas, bons restaurantes, cachoeiras para banho e ateliês de arte. Pelos 47 km que ligam Cunha a Paraty há um trecho de 10 km de terra que passa por dentro do Parque Nacional da Serra da Bocaina. Pela Rodovia Presidente Dutra, quem usa a saída de São José dos Campos sentido Caraguatatuba/Ubatuba roda 310 Km. Quem usa a saída Taubaté/Ubatuba faz 290 Km e quem escolhe ir por Guaratinguetá/Cunha percorre 265 Km até chegar em Paraty.

Clima - Buraco da camada de ozônio pode se fechar em 2065


Em entrevista coletiva em Viena, onde será realizado o congresso anual da União Européia de Geociência, o climatólogo americano David J. Hofmann, da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos EUA (NOAA), afirmou que o buraco na camada de ozônio sobre a Antártida estabilizou-se desde 2000, mas ainda demorará décadas a se regenerar e a se fechar, o que, no mais breve, ocorrerá em 2065.

Ainda segundo o cientista, apesar da estabilização, ainda não há sinais de uma recuperação sobre o pólo sul, porém, caso continue a tendência atual, o buraco poderia começar a se fechar a partir do ano 2030.


Dr. David J. Hofmann e equipe preparando-se
para lançar um balão meteorológico


Os testes com balões mostram que o buraco na camada de ozônio tem estabilizado, o que faz Hofmann acreditar que “o paciente não está mais doente”. As emissões de gases que têm um efeito destruidor sobre a camada de ozônio na estratosfera atingiu o auge em 2000, mas a concentração destas substâncias vêm diminuindo lentamente numa média de 1% ao ano.


Para ele não está claro se a atmosfera voltará a ser como era antes do surgimento deste fenômeno, negando que o buraco tinha qualquer impacto sobre as alterações climáticas. Cerca de 9.000 cientistas de todo o mundo estarão reunidos no congresso em Viena a partir desta sexta-feira.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Nuclear - Energia nuclear representa riscos, afirma ElBaradei


Durante uma conferência internacional sobre energia nuclear em Pequim, o diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, afirmou nesta segunda-feira que a energia nuclear, em pleno desenvolvimento, representa riscos em termos de segurança tecnológica e da luta contra a proliferação de armas.

Segundo ele, a crise de recursos energéticos e a luta contra o aquecimento climático, além das emissões poluentes provocadas pelo uso de energias fósseis, estimularam a atividade nuclear, porém, em alguns países observa-se uma combinação perturbadora de reatores antigos, operações mal administradas e financiamento insuficiente, advertindo ainda, que o tema deve receber uma atenção imediata.

ElBaradei ressaltou o risco da proliferação atômica, quando um país está dotado de recursos nucleares civis e de algumas tecnologias. Para ele, alguns países podem ter a intenção de fabricar armas nucleares, mas mudar rapidamente se também mudar a percepção que têm dos riscos sobre a segurança nacional, e essa percepção sobre a segurança pode evoluir muito rapidamente.

Economia verde - Cuidar do meio ambiente pode valer dinheiro


Cuidar bem do meio ambiente já não envolve apenas a consciência de cada um. Pode valer dinheiro em caixa. Com o ICMS Verde, municípios podem abastecer o cofre público se tomarem iniciativas de defesa da natureza.

Pena que nem todos façam isso. Macaé, por exemplo, ficou em uma posição nada honrosa no ranking das cidades fluminenses que receberam o benefício. A prefeitura reconheceu o erro e já avisou que vai tomar providências.


Esse é um dos municípios que mais recebem royalties do petróleo. Nos últimos anos, vem sendo apresentado como modelo de desenvolvimento no estado do Rio de Janeiro. Mas a realidade é outra. A miséria continua reinando em Macaé. A desigualdade social aumenta cada vez mais. Onde estão esses recursos? Em obras de fachada, de embelezamento da orla, prioridade de governos irresponsáveis. Saneamento é sempre deixado de lado por esses políticos que o povo já conhece, mas continua votando e elegendo. Acorda macaense! Acorda povo!

Ecoarte – Imagens de belezas da Terra feitas do espaço são expostas ao público


A exposição “Vista excepcional - O Espaço observa nosso patrimônio mundial”, organizada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) está sendo apresentada em Paris. Ela conta com 30 fotos em grande formato (2 m x 1 m) tiradas por satélites que mostram belezas culturais e naturais do planeta Terra.

As imagens foram feitas pelo Centro Aeroespacial da Alemanha a uma altura de 700 km acima da superfície da Terra. Entre os sítios culturais fotografados, estão as pirâmides de Gizé, no Egito, a antiga cidade de Dubrovnik, na Croácia, Jerusalém e seus muros, além da cidade de Teotihuacan, no México, e Machu Picchu no Peru.

A exposição apresenta várias áreas naturais conhecidas por sua extrema beleza, como o Parque Nacional de Vulcões no Havaí, onde estão dois dos vulcões mais ativos do mundo, o Mauna Loa e o Kilauea, o Parque Nacional do Quênia e o de Kilimanjaro, na Tanzânia, ou ainda a região da Lapônia, no Círculo Polar Ártico, e fiordes da Groenlândia. A área do Parque Nacional do Jaú, na Amazônia Central, no interior do Estado do Amazonas, uma das regiões mais ricas em biodiversidade do mundo, também não foi esquecida.

Parque Nacional de Vulcões, no Havaí,
onde estão dois dos vulcões mais ativos do mundo


Todos os locais fotografados fazem parte da lista do patrimônio mundial da Unesco. Segundo a organização, com sede em Paris, o objetivo da exposição é mostrar a importância da utilização da tecnologia espacial de ponta na observação e proteção do patrimônio mundial da humanidade. Essa tecnologia, conhecida por "teledetecção" (remote sensing, em inglês), é empregada para observar a Terra a partir do espaço, permitindo coletar dados com grande precisão e observar o que ocorre nos sítios protegidos pelo patrimônio mundial da Unesco. O uso das tecnologias espaciais também permite antecipar ameaças às áreas protegidas como fenômenos naturais ou decorrentes da atividade humana (como urbanização crescente e exploração agrícola).

O Centro Aeroespacial Alemão colocou sua tecnologia à disposição de países emergentes para ajudá-los a proteger seu patrimônio histórico e natural. A Unesco utiliza atualmente o satélite por radar alemão TerraSAR-X, que usa tecnologia alemã de ponta para a captação das imagens geo-espaciais. As fotos estarão expostas na sede da Unesco, em Paris, até o dia 7 de maio.

Povos indígenas - Educação indígena ainda não atende direitos constitucionais


A Constituição de 1988 garantiu aos povos indígenas uma educação escolar diferenciada, que respeitasse a cultura e os saberes tradicionais de cada etnia. Mas 20 anos depois, escolas sem infra-estrutura, materiais didáticos inadequados e a falta de professores especializados ainda são problemas comuns nas escolas indígenas.

Em setembro, cerca de 600 representantes dessas comunidades e dos governos federal, estaduais e municipais se reunirão em Brasília para a 1ª Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena. A idéia é discutir qual é o modelo de educação adequado para esses povos.

Segundo o secretário executivo do Instituto de Pesquisa e Formação em Educação Indígena (Iepé), Luis Donisete Grupioni, a educação diferenciada significa que eles têm o direito de utilizar a língua materna nas escolas e introduzir no ambiente escolar seus conhecimentos, práticas e saberes. Em termos de legislação, no plano da educação indígena, o Brasil é bastante avançado, o que precisa é sair do plano ideal e ser de fato implementada. Para ele, as secretarias de Educação ainda têm “enorme resistência” em aceitar calendários diferenciados propostos pelas comunidades. A escola teria que se adaptar às atividades cotidianas desses grupos, pois a legislação garante a manutenção de seus costumes, como a realização de rituais ou épocas em que boa parte dos seus membros saem para caçar.

Para especialistas, a educação tradicional propõe padrões muito homogeneizantes, sem considerar as diversidades. É preciso garantir a autonomia pedagógica das escolas indígenas, envolvendo a questão da proposta curricular, da organização da escola, da formação do professor.

Desde dezembro passado o MEC está realizando conferências regionais que vão orientar o debate nacional em setembro. Cinco encontros já foram realizados e mais 13 estão programados até agosto. Um dos maiores desafios é conseguir formar membros das comunidades para que eles possam assumir as salas de aula e a gestão das escolas indígenas. A prática do ensino bilíngue, ou seja, no português e na língua de cada etnia, ainda não é uma prática nesses espaços. São necessários materiais didáticos para que essa língua apareça e possa ser estuda. A produção desse material ainda é muito deficiente, existe em pequenas quantidades e não atinge o conjunto dos grupos.

A infra-estrutura das escolas também é um fator que dificulta a aprendizagem. Muitas escolas funcionam de forma improvisada na casa de professores, sem bibliotecas ou equipamentos. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases, a educação indígena deve ser orientada pelo Ministério da Educação e orientada pelas secretarias estaduais e municipais. A descontinuidade das políticas, que mudam a cada governo, dificultam a consolidação do processo. A cada troca do governo inicia-se os programas novamente, a rotatividade dos técnicos é muito grande e no país não se tem uma cultura de acumular experiência de uma gestão para outra. O investimento na formação dos técnicos que serão responsáveis pela aplicação das políticas públicas também é fator-chave, um processo de qualificação que deve ser permanente para a questão da diversidade no campo da educação.

Cerca de 450 lideranças indígenas irão à Brasília para participar do encontro, além de representantes de instituições responsáveis por executar as políticas públicas. O desafio da conferência será trazer as demandas a público e encaminhar soluções. Após a conferência, as demandas levantas devem seguir de base para que os governos formulem as políticas públicas de educação indígena.

Crime ambiental – Policia acaba com festival de baloeiros na baixada


Três pessoas foram presas no início da manhã de domingo (19) no campo do clube de futebol Beira Rio, em Jardim Vila Nova, Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Os suspeitos seriam os responsáveis por 22 balões de diversos tamanhos, alguns com 8 e 10 m. O material foi apreendido pelos Policiais do Batalhão Florestal, que chegaram ao local depois de uma denúncia anônima. José Pierre Diniz, de 26 anos, e Alexandre do Nascimento Batista, de 37 anos, foram autuados e vão responder em liberdade por crime ambiental. O terceiro detido foi liberado.

De acordo com a polícia, cerca de 50 pessoas participavam de um festival de balões. A polícia chegou na hora em que pessoas se preparavam para soltar balões. Além dos balões, foi apreendida uma grande quantidade de material usado pelos baloeiros no evento, como botijões, maçaricos, bandeiras e rojões. Um veículo que teria transportado o material também foi apreendido.


A polícia também apreendeu DVDs que mostram como os balões são feitos e depois soltos. Os nomes das equipes que participariam do evento aparecem nos equipamentos. O caso foi registrado na 60ª DP (Campos Elíseos). A polícia pede a quem tiver informações sobre pessoas que pretendam soltar balões que ligue para o Disque-Denúncia: 2253-1177.

Nuclear - Usina Angra 3 é retomada sem nova licitação


Com o canteiro de obras paralisado desde 1986 (23 anos), as obras da Usina Angra 3 serão retomadas sem que nenhuma licitação fosse aberta. A concorrência ganha pela construtora Andrade Gutierrez em 1983, no governo de João Baptista Figueiredo (1979-1985), foi renovada.

A falta de recursos públicos fez com que a construção tivesse de ser suspensa em 1986. Hoje, porém, a obra faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e estima-se que seu custo tenha saltado de US$ 1,8 bilhão para cerca de US$ 3,3 bilhões. A alta se deve à variação cambial, segundo a Eletronuclear, estatal subsidiária da Eletrobrás, responsável por operar e construir as usinas termonucleares no país. O canteiro de obras de Angra 3 foi preservado ao custo de US$ 20 milhões por ano, pagos pelo governo à construtora. Nesta próxima semana, serão feitas a escavação e a preparação de edificações de apoio à obra.

Segundo a empresa, o governo brasileiro tem a obrigação legal de cumprir todos os acordos fechados para construir Angra 3, ainda que eles tenham sido assinados 26 anos atrás e estejam paralisados há décadas. Já a Andrade Gutierrez, que está entre os maiores doadores do PT, nega favorecimento, afirmando que o contrato é legal e que ao longo desse período, manteve suas instalações em funcionamento e atualizadas. A construtora Camargo Corrêa, uma das que tentaram reverter a decisão do governo, não quis comentar o assunto.

Canteiro de obras de Angra 3

Os equipamentos de instrumentação e controle serão fornecidos pela fabricante Areva, que herdou o acordo original da alemã Siemens KWU. A Areva é uma fusão da empresa alemã com a francesa Framatome.

No ano passado, o Tribunal de Contas da União não impediu as revalidações, mas fez ressalvas, destacando que Angra 3 apresentava indícios de irregularidade grave, que não recomendariam, todavia, a paralisação do empreendimento.

Angra 3 é a terceira usina nuclear brasileira e terá potência de 1,35 mil megawatts. Cerca de 60% do material necessário para a construção da usina foi adquirido junto com a compra dos materiais de Angra 2. Os equipamentos já comprados equivalem a US$ 750 milhões.

Saúde - Hospital Universitário de Londrina-PR encontra bactéria multirresistente


As novas internações foram suspensas no nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário (HU) de Londrina, PR, neste final de semana. O atendimento em quase todo o Pronto Socorro (PS) também foi prejudicado. Além disso, a direção do hospital pediu aos serviços de emergência que só encaminhem casos graves à instituição. Pacientes de Londrina e região que necessitarem nas próximas horas de atendimento hospitalar serão levados ou devem procurar outros serviços locais, como Santa Casa e Evangélico. Em casos de menor gravidade, a recomendação é recorrer aos serviços secundários (PAI, PAM e hospitais das zonas norte e sul) e primários (postos de saúde). Serviços de transporte de pacientes, como Samu e Siate, já estariam orientados a se dirigirem também a outros hospitais da cidade, evitando o HU. As medidas foram tomadas depois que uma bactéria multirresistente foi encontrada no HU.

A bactéria, identificada como Klebsiella spp ou Enterobacter, resistente aos carbapenens (potentes agentes utilizados para tratamento de infecções por microrganismos Gram-negativos, devido a grande estabilidade destes frente a hidrólise por grande parte das beta-lactamases), foi detectada no fim de fevereiro em um paciente da região de Londrina, vítima de um acidente, que esteve internado em Goiás. O paciente ficou alguns dias no Pronto Socorro e, quando identificada a presença da bactéria, acabou isolado em um quarto, onde permanece até o momento.

O segundo caso foi registrado no dia 10 de março. Trata-se de uma bactéria multirresistente, da família Enterobacteriaceae, que pode provocar infecção urinária, gastrintestinal, pneumonia, além de contaminar o sítio cirúrgico (região do corpo onde se realizou alguma cirurgia) ou apenas ficar hospedada no organismo.

O micro-organismo se espalha rapidamente e pode provocar infecções graves com risco de morte. A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Universitário (CCIH) confirmou oito pacientes contaminados e, no sábado, sete ainda estavam sob suspeita. A bactéria nunca havia sido encontrada no hospital, que está passando por uma grande operação de desinfecção dos setores interditados, não havendo prazo para finalizar os trabalhos. A rápida proliferação da bactéria e a superlotação do hospital contribuem para a rapidez do surto.

Mais um caso de infecção hospital grave em um Hospital Universitário. Essa é a situação da saúde no Brasil.

Crime ambiental – Madeireiros são flagrados pelo IBAMA transportando toras em jangadas


Na última quinta-feira (16), uma operação de fiscalização do IBAMA apreendeu, 600 m3 de madeira retirada de um dos locais mais preservados da Amazônia. O material estava sendo transportado em forma de jangadas. Os troncos eram colocados na água, presos entre si e puxados por um barco. O volume confiscado equivale a 35 caminhões carregados.

A madeira foi cortada na Reserva Biológica de Abufari, e transportada por centenas de quilômetros pelos rios Purus e Solimões até Manacapuru, onde seria serrada. Como os madeireiros fugiram, não chegaram a ser autuados pelos agentes ambientais. Na época das cheias dos rios o transporte de madeira em jangadas é mais comum. Em geral, as árvores são cortadas no período da vazante, e se espera até a época das chuvas para retirar as toras com mais facilidade.

O IBAMA informou que pretende doar o material apreendido para a Secretaria Municipal de Defesa Civil de Manaus, para que a madeira seja usada na construção de casas para as vítimas das enchentes, que já deixou milhares de desabrigados na Amazônia.

Biodiversidade - Mais da metade das espécies de anfíbios estão ameaçadas


Segundo dados de especialistas presentes à inauguração do Centro de Conservação de Anfíbios de El Valle, no Panamá, em Valle de Antón (a 150 km a sudoeste da capital panamenha), entre 60 e 75% das rãs, sapos, salamandras e cecílias (um anfíbio sem extremidades, parecido com uma serpente) registrados no planeta estão ameaçados de desaparecer a face da Terra, o que seria a maior extinção desde o desaparecimento dos dinossauros. O centro é uma área de exposição e estudo para proteger algumas das mais singulares espécies de anfíbios do mundo, como a rã dourada do Panamá (Atelopus zeteki), a rã-de-chifre do Equador (Gastrotheca cornuta), a rã mascarada (Smilisca phaeota), o sapo coral e o sapo trepador (Bufo coniferus), entre outras 60 espécies.

Kevin Zippel, diretor do programa Arca dos Anfíbios da União Internacional para a Conservação da Natureza, recordou que desde 1980 foram extintas 122 espécies de anfíbios, contra 5 espécies de aves e nenhuma de mamíferos.

Rã dourada do Panamá (Atelopus zeteki)

Rã de chifre do Equador (Gastrotheca cornuta)

Segundo os cientistas, o maior número dos anfíbios fica nos trópicos, particularmente na América Latina, onde vivem 60% das espécies existentes no mundo. Das espécies de anfíbios em risco de extinção, 75% estão presentes na América Latina. Esses animais estão sendo ameaçados pela poluição, mudança climática e o aparecimento de um fungo que infecta as células de suas peles. Nos últimos 35 anos, a diminuição das precipitações e o aumento da temperatura estão atingindo de forma negativa os anfíbios. O principal problema ocasionado por essas modificações é a perda do habitat.

Rã mascarada (Smilisca phaeota)

Sapo trepador (Bufo coniferus)

Segundo Edgardo Griffth, cientista associado ao departamento de conservação do Zoológico de Houston (EUA), por suas características, os anfíbios são indicadores da qualidade do habitat e se eles estão desaparecendo significa que o ser humano está fazendo coisas terrivelmente maléficas.

Meio ambiente – Aumenta a concentração de mercúrio no oceano


De acordo com os resultados de um novo estudo, os níveis de mercúrio no Oceano Pacífico estão subindo. A alta pode significar que mais metilmercúrio, uma neurotoxina humana formada quando o mercúrio é metilado por micróbios, se acumule em peixes marinhos como o atum.

A pesquisa surge em um momento no qual cientistas e autoridades, que até agora se preocupavam mais com a concentração atmosférica do elemento, estão começando a busca por um quadro mais amplo quanto ao ciclo do mercúrio. As diretrizes do governo norte-americano quanto ao teor aceitável de metilmercúrio em peixes estão sob revisão.

Não se sabe ainda ao certo de que maneira o mercúrio atmosférico, quer lançado diretamente no oceano, quer transportado pelos rios ou depósitos costeiros, é metilado e por fim absorvido pelos peixes, que representam uma das fontes primárias de exposição humana ao metilmercúrcio. Mas novos dados, recolhidos por Elsie Sunderland, bióloga da Universidade Harvard, e seus colegas também propõem um possível mecanismo para a metilação de mercúrio no oceano.

Os pesquisadores recolheram amostras na parte leste do Pacífico Norte, uma área que também havia sido monitorada em cruzeiros de pesquisa conduzidos por cientistas norte-americanos em 1987 e 2002. Eles estimaram que o mercúrio metilado responde por até 29% de todo o mercúrio contido sob as águas do oceano, com menores concentrações presentes em massas de água mais profundas. Os modelos de computador desenvolvidos pelo grupo indicam que a deposição atmosférica de mercúrio poderia, até 2050, conduzir a uma duplicação das concentrações totais de mercúrio no oceano, ante os níveis existentes em 1999.

A equipe também encontrou uma relação entre os níveis de mercúrio metilado e carbono orgânico. Segundo os cientistas, partículas de carbono orgânico, originado de fitoplâncton ou outras fontes, podem oferecer superfícies sobre as quais os micróbios seriam capazes de metilar mercúrio no oceano. O mercúrio metilado seria posteriormente liberado na água.

Não se tem ainda um mecanismo causal para o fenômeno, mas ele parece estar vinculado ao bombeamento biológico do oceano. Resultados anteriores de observações conduzidas no Pacífico Sul e na região equatorial do mesmo oceano, localizaram concentrações semelhantemente altas de metilmercúrio nos locais onde a atividade biológica era mais elevada. A conexão tem implicações para a mudança do clima e para o ciclo do mercúrio. Oceanos mais quentes e mais produtivos, com mais fitoplâncton e mais peixes, poderiam elevar o volume de mercúrio metilado que termina nos pratos humanos.

Os pesquisadores também propuseram a hipótese de que as águas do oeste do Pacífico podem estar recebendo mercúrio depositado devido à elevação das emissões atmosféricas da Ásia, e de lá se deslocando para o nordeste do Pacífico. O oceano agora só pode estar respondendo a cargas de mercúrio mais elevadas geradas por deposição atmosférica passada, diz Sunderland. Daniel Cossa, do Instituto Francês de Exploração e Pesquisa Marítima (Ifremer), em La Seyne-sur-Mer, e seus colegas recolheram dados sobre mercúrio no Mar Mediterrâneo, para artigo a ser publicado em maio pela revista Limnology and Oceanography.

Os dois estudos indicam que nem todo o mercúrio metilado vem diretamente de fontes costeiras ou fluviais, e confirmam que ocorre metilação em profundidades moderadas nas águas oceânicas, de acordo com Nicola Pirrone, co-autor do estudo dirigido por Cossa e diretor do Instituto de Poluição Atmosférica do Conselho Nacional de Pesquisa Italiano, em Rende. Para ele, que também comandou a avaliação científica sobre o mercúrio conduzida no ano passado pelo Programa Ambiental das Nações Unidas, o oceano é uma grande lacuna no ciclo do mercúrio.

Robie Macdonald, especialista em mercúrio em águas árticas no Departamento Oceânico e de Pesca do Canadá, diz que embora o mercúrio na atmosfera tenha se elevado em cerca de 400% nos últimos 100 a 150 anos, as concentrações parecem ter aumentado em apenas 30% nos oceanos. "Nós estivemos tão ocupados observando a atmosfera que não nos preocupamos com o oceano", ele diz. "Ambos os estudos são realmente importantes, no que tange a chamar a atenção da comunidade científica quanto aos efeitos e riscos do mercúrio".

Quaisquer medidas de controle do metilmercúrio, porém, precisam levar em conta que volume vem de fontes naturais inevitáveis e que volume é gerado por fontes antropogênicas como a combustão de combustíveis fósseis, aponta Pirrone.

A controvérsia quanto a isso continua. A falta de dados quanto às alterações no nível de metilmercúrio em peixes, e quanto às origens naturais ou antropogênicas do composto, levou um tribunal da Califórnia a decidir em março de 2009 que as empresas que produzem atum em lata não precisam informar em suas embalagens sobre o teor de metilmercúrio em seus produtos. A Food and Drug Administration (FDA, agência federal norte-americana que regulamenta alimentos e remédios) está avaliando suas normas quanto ao risco de consumo de metilmercúrio em peixes.

Tecnologia verde - Cientistas transformam CO2 em biocombustível


Cientistas do Instituto de Bioengenharia e Nanotecnologia de Cingapura anunciaram a descoberta de uma forma de transformar o dióxido de carbono, o mais nocivo dos chamados gases do efeito estufa, em metanol, que não agride o meio ambiente. O método, segundo eles, demanda menos energia do que tentativas anteriores. Eles usaram catalisadores orgânicos para transformar o CO2 no biocombustível.

A equipe, liderada por Yugen Zhang, usou carbenos-N-heterocíclicos (NHC, um catalisador orgânico) na reação química com o CO2. Os NHCs são estáveis, e a reação entre eles e o CO2 pode acontecer sob condições climáticas amenas, no ar seco, não sendo necessário usar muitos catalisadores na operação.

O processo também emprega hidrosilano, combinação de sílica com hidrogênio. O hidrosilano fornece hidrogênio, que se liga ao dióxido de carbono numa reação de redução. Essa redução do dióxido de carbono é eficientemente catalizada pelos NHCs mesmo a temperatura ambiente.

Tentativas anteriores de converter o CO2 exigiam mais gasto energético e muito mais tempo, segundo a equipe. O grupo ainda não esclareceu como o processo poderia ser difundido para capturar e converter parte das bilhões de toneladas de CO2 lançadas anualmente na atmosfera pela queima de combustíveis fósseis, o que segundo cientistas é o principal fator por trás do aquecimento global.

Se realmente houver viabilidade para o tratamento da enorme quantidade de CO2 lançada na atmosfera, muita gente que anda ganhando dinheiro com o aquecimento global vai começar a espernear. O lobby vai ser grande.