domingo, 22 de março de 2009

Meio ambiente - Secretário alemão preconiza ecologia como economia do século 21


O secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente da Alemanha, Matthias Machnig, emitiu um alerta sobre a necessidade de medidas urgentes para conter os efeitos das mudanças climáticas no mundo. Para Matthias Machnig, a redução das mudanças climáticas depende de uma revolução industrial. Durante o Congresso Ecogerma 2009, realizado em São Paulo, promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, o secretário alemão pregou a mudança do modelo industrial em vigor. Para ele, economia e ecologia são duas áreas que nunca estiveram tão próximas como nos dias atuais. Apesar da crise nos mercados financeiros, países de todo o mundo jamais observaram um crescimento econômico tão grande como nos últimos 20 anos, acompanhado por um aumento dramático da população mundial, que chegou a mais de 6 bilhões de pessoas.

Ainda segundo Machnig, os problemas do mundo contemporâneo convergem para o fato de que a maior parte da população vive em sociedades industrializadas, consumindo altas quantidades de energia de diferentes fontes e esgotando os recursos do solo usado para a produção de alimentos. Para e
le, tudo indica que, depois que a crise passar, o crescimento populacional e econômico mundial continuará e isso nos faz concluir que a ecologia será a economia do século 21, as tecnologias verdes serão um dos maiores impulsionadores da recuperação econômica dos próximos anos.

Nesse cenário, Machnig estima que os serviços ecológicos estarão cada vez mais próximos da economia. As emissões anuais de dióxido de carbono, segundo citou, chegaram ao patamar dos 28 bilhões de toneladas e estimativas indicam que, em 2050, serão pelo menos 60 bilhões de toneladas emitidas na atmosfera assim, uma das metas necessárias para a estabilização climática é a redução de 50% das emissões globais até 2050, mesmo sabendo que até lá a população mundial será maior e, provavelmente, teremos mais indústrias. Por isso, também está convencido de que a única saída para atingir as metas ambientais é o início de uma terceira revolução industrial, que garanta a redução drástica do consumo energético nos próximos anos. Essa terceira revolução industrial deveria ser subsidiada, em um primeiro momento, pelo investimento maciço em novas tecnologias para redução das emissões de gases poluentes, acompanhada pela aceleração dos esforços mundiais em pesquisa e desenvolvimento para a identificação de inovações na área.

O secretário ressalta que dispositivos inteligentes em veículos e edificações, por exemplo, devem não apenas consumir menos energia em curto prazo como também promover a redução das emissões dos gases, que as empresas precisam aumentar a competitividade sendo mais amigáveis com o meio ambiente, mas essa terceira revolução industrial também só será viável se as empresas conseguirem garantir os empregos, evitando transformar as soluções na área energética em novos problemas sociais. Sairão na frente as empresas que conseguirem ver oportunidades de negócio nessas mudanças de paradigmas ambientais, econômicos e de emprego.