segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Descaso, incompetência, desrespeito e muito mais, na maior metrópole do país


Por incrível que pareça, um vídeo de reportagem de Chico Pinheiro, da Rede Globo, mostra a realidade das últimas enchentes de São Paulo, consequência da inoperância e incompetência do Poder Público nas últimas décadas, e principalmente, nos dias de hoje. Assista ao vídeo, vale a pena:


sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Nuclear - A mais nova piada


Foi manchete no jornal O GLOBO de ontém (22-10-2009)

"Em caso de acidente, evacuação de Angra seria pelo mar"

Esses sujeitos fazem o povo de palhaço mesmo. E o pior de tudo é que a massa aceita e se cala!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Energia – Aquecedor solar artesanal


Há algum tempo, recebemos do nosso amigo Antônio Corrêa Carlos Filho, um material muito interessante sobre a construção de um aquecedor solar de água de baixo custo, elaborado basicamente com garrafas pet. Já existem vários projetos à disposição dos interessados em construir um desses. Após analisar vários destes projetos, Antônio resolveu construir alguns modelos para testes e com os resultados obtidos, fez algumas inovações que melhora o desempenho do equipamento. Elaborou um manual e resolveu divulgar gratuitamente a tecnologia. Segundo ele, a vantagem em construir um aquecedor solar artesanal é o fato de ser ecológico tanto por economizar energia, quanto por aproveitar materiais reciclados. Além de custo baixo, tem a possibilidade de construção modular e utilizar mão de obra familiar em mutirão.

A construção pode ser feita com uma configuração inicial bem básica, adequando aos poucos conforme necessidades, disponibilidade de recursos, experiência e a criatividade de cada um. Embora não se saiba exatamente a durabilidade, (estima-se em 10 anos) de imediato os resultados são idênticos a um equipamento industrializado: água quente, conforto e muita economia na conta de energia.

Segundo Antônio, seu projeto tem dicas muito importantes para quem deseja poupar ainda mais energia, até mesmo para quem usa aquecedores convencionais, sendo mais eficiente por coletar muito mais calor num espaço menor. Isto se dá pelo fato do uso de latas e outras chapas de embalagens dispostas tanto dentro quanto sob as garrafas pet, o que ajuda a captar calor e transmitir via condução, ou seja, além do calor formado dentro das garrafas tem também o calor formado ao lado das garrafas por esta chapa em forma de esteira que fica abaixo das mesmas. Segundo ele, as placas confeccionadas de embalagens tetrapak propostas na maior parte dos projetos artesanais, são menos eficientes que as chapas metálicas, pelo simples fato destas reterem e absorverem muito mais calor, melhorando a dissipação, atingindo a água dentro dos canos.

Para solicitar a apostila em pdf com todas as dicas, basta entrar em contato com o Antônio pelo e.mail: carlosfac@ibest.com.br.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Meio ambiente – Mais um acidente na Baía de Sepetiba


Há tempos que não postamos nada no blog, principalmente por estarmos cansados de repetir notícias divulgadas na maioria dos meios de comunicação. Principalmente nos últimos meses, quando a roubalheira vem sendo a principal manchete, acompanhada da incompetência e omissão generalizada do Poder Público no país.

Na verdade, estamos reavaliando a eficiência dessa divulgação na mídia, principalmente, no nosso caso. Tudo é denunciado e nada é resolvido. Os bandidos continuam soltos atuando de forma descarada e cínica, roubando o povo e destruindo o meio ambiente. Aliás, o povo continua assistindo e se deixando explorar por essa corja!!! Esse é o povo que todo político safado gosta. Eles podem fazer o que bem entendem com a certeza de que nada acontecerá! O povo ainda bate palme e reelege o vagabundo.


Como praticamente nada foi divulgado sobre o caso do último acidente envolvendo navio de grande porte na Baía de Sepetiba, resolvemos ajudar na divulgação, finalmente blogando após tanto tempo e simplesmente transcrevento a matéria. Aí vai:

Deu no jornal O DIA:
“Uma esteira operada pela empresa Vale S.A, usada para carregar minério em navios que chegam a Mangaratiba, foi parcialmente destruída no último sábado por uma embarcação. O equipamento danificado foi fotografado pelo leitor Sebastião Muniz, que estava pescando com o irmão, quando avistou a estrutura arriada na Ilha Guaíba, como é conhecido o local. O navio envolvido no acidente estaria ancorado próximo ao local. O Conexão Leitor entrou em contato com a Delegacia de Itacuruçá, que informou que a esteira permanece em manutenção e que um inquérito foi instaurado para apurar as causas do acidente. Segundo o comandante Alex Queiroz, não houve danos ao meio ambiente nem feridos.”

O que sempre se previu começa a se confirmar. O número de navios é cada vez maior na baía, consequentemente, o risco de sérios acidentes aumenta a cada dia que passa. Atualmente é normal observarmos verdadeiras filas de navios de grande porte ancorados pela baía esperando a oportunidade para atracação nos portos. Nos últimos meses, os acidentes vêm sendo constantes. Será que não houve danos ambientais realmente? Se não fosse o leitor a fotografar e comunicar ao jornal, nada saberíamos sobre o assunto. Em Mangaratiba, muito pouca gente sabe do acidente. Algum órgão de defesa ambiental esteve no local para comprovar a existência ou não de dano ambiental? Parece que jogar minério de ferro no mar não é mais considerado dano ambiental. No município, o assunto do dia é a cassação do Prefeito. Quase que conseguem abafar o caso do navio!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Trabalho escravo - 6ª Mentira: O trabalho escravo urbano é do mesmo tamanho que o rural


Verdade: O trabalho escravo urbano é menor se comparado ao do meio rural. A Polícia Federal, as Delegacias Regionais do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Federal já agem sobre o problema. Vale lembrar que a escravidão urbana é de outra natureza, com características próprias. Portanto, pede instrumentos específicos para combatê-la – e não adaptações do que está sendo proposto para a zona rural. O principal caso de escravidão urbana no Brasil é a dos imigrantes ilegais latino-americanos - com maior incidência para os bolivianos - nas oficinas de costura da região metropolitana de São Paulo (foto - jovens bolivianos observam mural de anúncios de emprego na Pç. Kantuta, em São Paulo). A solução passa pela regularização da situação desses imigrantes e a descriminalização de seu trabalho no Brasil.

"Na sala de um apartamento residencial na região central de São Paulo, Ramón empurra sua caixa de brinquedos por entre máquinas industriais, bancadas, ferramentas e montes de roupas que esperam para ser costuradas. Outras 12 pessoas ocupam o espaço. Com a fiação elétrica exposta, o risco de incêndio é permanente. As janelas estão lacradas. O barulho das máquinas pode denunciar a oficina clandestina e trazer a polícia. Faz um calor infernal, o ar está pesado no ambiente sem ventilação.

Sentada há mais de 16 horas diante da máquina de costura, a mãe de Ramón tem pressa. Maria Diaz costura uma peça de roupa atrás da outra, intensamente. Ela tem uma agenda para cumprir. Só pára quando precisa comer ou ir ao banheiro. A mãe do pequeno Ramón é uma mulher exausta.


Desde que chegou ao Brasil, em 2003, trabalha do amanhecer até tarde da noite. Não tem carteira assinada, equipamento de proteção, assistência médica. Ela não existe nos registros de imigração. Oficialmente, o governo brasileiro não sabe de sua presença. Tampouco sua saída da Bolívia, em 2003, foi registrada pelo governo daquele país. Maria foi trazida para São Paulo por intermediários conhecidos como "coiotes", que ganham dinheiro contrabandeando gente de um país para outro. Em São Paulo, pelo menos 100 mil bolivianos estão nessa situação.

Maria Diaz faz parte de um grupo de dezenas de milhares de imigrantes que vivem em São Paulo anonimamente, sob o risco da extradição, vítimas do preconceito e sem nenhum tipo de garantia social ou trabalhista. Ela não pode se dar ao luxo de expor sua imagem.

Os imigrantes são explorados por uma indústria bilionária e transnacional. Na ponta dessa cadeia produtiva clandestina e precária está uma das mais tradicionais e conhecidas redes de lojas do mundo: o grupo C&A. As lojas C&A vendem roupas costuradas por pessoas forçadas a atuar à margem da lei, gente que não tem respeitados sequer os direitos fundamentais da pessoa humana.


A C&A sabe do problema há pelo menos um ano. Mesmo assim, continua se beneficiando, por intermédio de dezenas de malharias, de uma mão-de-obra extremamente precarizada. O importante é que as roupas cheguem ao consumidor de forma rápida e barata. Os imigrantes? Nem existem oficialmente. Não podem sequer reclamar, pois do contrário serão presos e podem até ser deportados." (Fonte: Em Revista - Veja a reportagem na íntegra)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Ecoturismo – Baleias que geram riqueza sem depredação


Imbituba, município de Santa Catarina, se prepara para receber os turistas na temporada das baleias que começa em 19 de julho. As águas mais aquecidas do Atlântico começam a atrair as primeiras baleias francas para a costa do estado, deixando as águas mais frias do extremo sul. Todos os anos Imbituba recebe a visita ilustre das baleias, em particular mamãe-baleias e seus filhotes recém-nascidos, que são amamentados e por isso, fortalecidos para retornar à Antártida. A temporada de observação termina em novembro.

O “whale watching”, como também é chamada a modalidade de observação de baleias, acontece no Brasil principalmente na Bahia, com a baleia jubarte, e em Santa Catarina, com a baleia franca.

Baleia franca (Eubalaena australis)

Projeto Baleia Franca - Imbituba, SC

A observação da espécie em Santa Catarina pode ocorrer por terra ou por meio de barcos, que desligam seus motores a cerca de 200 metros de distância das baleias, para aguardar que elas se aproximem espontaneamente do barco. As baleias francas chegam a até 30 metros de distância da praia. Tanto o passeio marítimo com grupo mínimo de 06 pessoas, quanto o passeio por terra em, em micro-ônibus, contam com o acompanhamento de monitores e biólogos. Antes de escolher a empresa com que fará o passeio, o ecoturista deve atentar para a licença do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o reconhecimento da Embratur, condições para o desenvolvimento da atividade sem prejuízos ao meio ambiente.



A modalidade de turismo sustentável atrai cada vez mais adeptos brasileiros e estrangeiros para a Praia do Rosa, na APA da Baleia Franca. Em 04 anos a atividade cresceu mais de 275 % no estado de Santa Catarina.

Em 2003, a praia do Rosa foi reconhecida como uma das 30 baías mais belas do mundo. O título, uma espécie de selo de qualidade, foi concedido pelo Club de las plus belles baies du monde, uma Organização Não Governamental com sede em Paris. Foi considerada também, em outubro do mesmo ano, pela revista Próxima Viagem, uma das 10 praias mais bonitas do Brasil. A 80 Km ao sul de Florianópolis, possui 07 Km de areia, cercada de um maravilhoso verde entre as montanhas, onde se encontra cactus em meio às flores e diversas trilhas ecológicas. Lugar perfeito para o surf, windsurf, jet ski, pesca, cavalgadas e trekking. A praia tem o formato de uma meia-lua. Nos cantos norte e sul, ficam as áreas mais próprias para o surf. No centro está a Lagoa do Meio, com água salgada e tranquila, frequentada mais por famílias e casais. Atrás dos morros existe ainda um conjunto de quatro lagoas, que também foram formadas por braços do mar, desligados por porções de terra.

Com aproximadamente 35.000 habitantes, o município vem se estruturando para servir de modelo de gestão pública ecológica. O ecoturista tem à disposição hospedagem de qualidade internacional, em lugares descontraídos, confortáveis e aconchegantes que proporcionam tranqüilidade, segurança e lazer. A região é ideal para quem procura descansar e curtir a natureza, com lagoas, dunas e praias de águas límpidas e ótima balneabilidade. Junto com os ricos recursos naturais, o visitante encontrará preservada a cultura açoriana típica dos colonizadores locais, com sua deliciosa gastronomia e a forma rústica de pescar dos pescadores.

Hospedagem e gastronomia de qualidade

Cavalgada na Praia do Rosa

Todos os anos em setembro, a Prefeitura Municipal realiza Festa da Baleia Franca, com diversas atrações exaltando a importância da preservação da espécie e dos cuidados com o meio ambiente. Além disso, outros eventos são promovidos durante o ano, como a Festa Nacional do Camarão (janeiro), a Festa da Tainha (junho), campeonatos brasileiros e mundiais de wind surf, kite surf, surf e jet sky, além de congressos e eventos relacionados com turismo e ecologia. É atividade para o ano todo. Ecoturismo de qualidade, geração de emprego e renda o ano todo.


Praia do Rosa - Imbituba, SC

O “whale watching” em Imbituba é um exemplo de como o turismo sustentável é decisivo para a qualificação de um destino turístico. A observação de baleias é responsável pelo ponto alto do calendário turístico do município e a cada ano traz mais visitantes, brasileiros e estrangeiros para Santa Catarina.

Taí um bom exemplo para prefeitos e governadores promoverem geração de emprego e renda, com turismo de qualidade sem agredir o meio ambiente. Desenvolvimento é qualidade, não quantidade a qualquer custo. Chega de degradação, churrasquinho de gato, ônibus pirata, sujeira, baderna, pardieiros, "kitnets", favelização e depredação. Ordenação ecológica, rural e urbana, é a meta da vez. Respeito e dignidade ao ser humano, à flora, à fauna e demais recursos naturais. Chega de discursos e roubalheira. O planeta clama por seriedade, sustentabilidade.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Biodiversidade – Novas espécies descobertas nos Andes


Pesquisadores da Conservação Internacional e da Fundação Arcoiris e da Pontifícia Universidade Católica do Equador retornaram de uma expedição nas florestas da Cordilheira do Condor no sudeste do Equador, uma área de grande importância biológica, ecológica e social, próxima à fronteira com o Peru, com uma lista impressionante de possíveis novas espécies. No total, foram descobertos quatro anfíbios, um réptil e sete insetos, incluindo uma salamandra de olhos esbugalhados e um minúsculo e venenoso sapinho-ponta-de-flecha do gênero Dendrobates. Além das novas espécies, que devem ser descritas em breve, foram encontrados animais raríssimos e ameaçados de extinção, embora já conhecidos, como uma perereca-de-vidro, cuja pele transparente deixa entrever todos os seus órgãos,e uma população saudável de sapos arlequins do gênero Atelopus que antes haviam sido devastados pelo fungo quitrídeo, que, ao lado de outros fatores, como desmatamento e mudanças do clima, impõe uma séria ameaça de extinção sobre até 30% das espécies de anfíbios do mundo.

Mais uma espécie em extinção, este anfíbio cientificamente
conhecido como
Hylinobatrachium pellucidum e vulgarmente
chamado de rã-de-vidro, tem uma pele que permite a
visualização de seus órgãos.


O macho desta possível nova espécie carrega girinos nas costas

Este é o sapo Pristtimantis

Entre outros animais incomuns encontrados nesta expedição estão insetos da família Tettigoniidae conhecidos como esperanças e várias espécies de anfíbios e mamíferos nunca registrados no Equador. Além disso, foram descobertas duas espécies de aves que são endêmicas da Cordilheira do Condor, 25 espécies consideradas raras no Equador e 11 espécies ameaçadas ou quase ameaçadas a nível mundial.


Essa pequena salamandra é uma das possíveis novas espécies

Lagarto do gênero Enyalioides

Um dos novos insetos descobertos durante a expedição foi
este gafanhoto do gênero Typophyllum, que desenvolveu
uma estratégia de camuflagem


Resultantes de um Programa de Avaliação Rápida (RAP, na sigla em inglês), os ambientalistas esperam que estas descobertas estimulem o governo do Equador a fortalecer a proteção da área, que fica próxima a um parque internacional da paz, criado no final dos anos 90 para marcar o fim das hostilidades entre o Equador e o Peru depois de décadas de disputa pela área fronteiriça. A expedição científica, financiada pelas Fundações Gordon e Betty Moore, Mulago e Leon e Toby Cooperman Family, teve como foco a bacia do alto Rio Nangaritza, que é isolada de outras regiões dos Andes em termos geológicos, o que ajuda a estimular a evolução de espécies endêmicas, ou seja, aquelas que não são encontradas em nenhum outro lugar do mundo.

Rio Nangaritza

Trata-se de uma área de floresta de montanha praticamente intacta, com sua fauna e flora quase que intocadas pelo homem, só sendo conhecida pelas comunidades locais, que a tratam com respeito. A biodiversidade de aves e mamíferos também é muito rica na área, de acordo com a avaliação. Para os cientistas, as descobertas mostram a importância biológica dessa área, não somente por causa da variedade de plantas e animais que vivem lá, mas também por conta dos serviços que os ambientes nativos prestam às comunidades locais, como água limpa e oportunidades de geração de renda a partir do ecoturismo e citam a mineração, a agricultura e a extração ilegal de madeira como ameaças importantes para a sobrevivência dessas espécies.

Política – Será verdade ou mais uma mentira descarada?


O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes, junto com outras figurinhas carimbadas, anunciaram nesta terça-feira (16), na Suíça, um investimento de R$ 1 bilhão para obras de despoluição das Bacias de Jacarepaguá e Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, e da Baía de Guanabara. Essa história é antiga. Para onde foram os outros tantos bilhões que despoluiriam a Baía de Guanabara, promessa feita há décadas pelos políticos companheiros desses que agora continuam prometendo? A baía e as lagoas da Zona Oeste estão cada vez mais poluídas. Foi o que se constatou nesses últimos tempos.

Esses investimentos na área de meio ambiente são considerados essenciais para a avaliação da candidatura do Rio às Olimpíadas de 2016. Até julho, segundo o prefeito e o governador, a verba será liberada pela Caixa Econômica para as obras de despoluição. O projeto de despoluição da Baía de Guanabara inclui a Baixada Fluminense e São Gonçalo, na Região Metropolitana, que passará a ter uma Estação de Tratamento de Esgoto. Desse valor total, R$ 340 milhões serão disponibilizados pelo governo federal através do PAC para a drenagem da Bacia de Jacarepaguá. Para as duas regiões estão previstas mais da metade das competições.

A promessa é a mesma: “Esta vai ser uma grande oportunidade para os cariocas verem realizadas obras que sempre pediram. Com a liberação dos recursos, aqueles que sofrem com as enchentes em Jacarepaguá ou com a sujeira à beira da Baía de Guanabara (foto à direita), logo vão perceber as mudanças. Para a cidade, o projeto olímpico já começou a deixar o seu legado”, declarou o prefeito. Segundo o governador, a vinda das Olimpíadas vai trazer ainda mais benefícios, e não só para a cidade do Rio, mas para toda a Região Metropolitana.

Canal do Cunha, porta de entrada da cidade

Lagoas de Jacarepaguá

Uma coisa é certa. Se a cidade for realmente aprovada como sede das Olimpíadas de 2016, muito dinheiro vai rolar e fazer a felicidade de muita gente, como sempre. Será que vai sobrar alguma coisa para o povo? A outra pergunta continua: Onde está aquela dinheirama que deveria ser destinada à despoluição da Baía de Guanabara com o famoso PDBG? Também deve ter feito a alegria de muita gente. Gente que continua solta por aí.

Crime ambiental - O pescador continua não tendo espaço


Há tempos os pescadores da Baía de Guanabara vêm denunciando os prejuízos causados pelas obras executadas pelas empresas GDK S.A e OCEÂNICA ENGENHARIA que formam o consórcio responsável pela implantação do Projeto GLP da PETROBRAS na Baía de Guanabara. Pouco espaço se vê na mídia sobre o assunto. Denúncias chegam ao VERDEfato toda semana e o problema a cada dia se agrava.

Os pescadores organizaram uma manifestação de 38 dias no mar, dificultando a continuidade das obras do consórcio, uma das intervenções do PAC na Baía da Guanabara. A manifestação só parou após violenta ação repressiva do Grupo Aéreo Marítimo (GAM) e o Batalhão local (intervenção considerada arbitrária e ilegal pela juíza da Vara Cível de Magé, Suzana Cypriano).


Em 09 de Abril passado "ventou forte" na Baía de Guanabara, entre pescadores artesanais e a PETROBRAS S.A, que, segundo os pescadores, está promovendo um verdadeiro extermínio da pesca artesanal na região de Magé. Não bastasse os transtornos para o Meio Ambiente, os empreendedores estão se utilizando de ameaças, intimidações, força física, coações de capangas e policiais com suas lanchas e helicópteros, contra trabalhadores que tentam tirar seu sustento do mar. Além disso, alegam que, da parte dos representantes do Projeto GLP da Baía de Guanabara, são ordenadas constantes apreensões indevidas de redes de pescas que estão postas no mar, muitas vezes danificando-as com ações covardes de muita violência contra o pescador artesanal.

No dia 22 de maio, na Praia de Mauá, Magé, uma operação conjunta entre a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Secretaria de Fazenda, contando com a presença de membros do Conselho de Meio Ambiente de Magé, teve como alvo o canteiro marítimo do Projeto GLP e canteiro terrestre da GDK S.A, culminando na INTERDIÇÃO das obras do trecho marítimo e terrestre.
Foram encontradas, pelo menos, 42 irregularidades no projeto, inclusive no processo de licenciamento
, sérias irregularidades de monta ambiental, de saúde pública, desobediência à Legislação Trabalhista, obras de alvenaria irregulares, desrespeito ao patrimônio histórico local, dentre outras impropriedades. Os pescadores ainda acusam a empresa de boicotar participantes e familiares de manifestantes dos empregos gerados pela obra, além do que a pesca ter sido reduzida em até 70% na região.Tudo isso vêm sendo denunciado há meses pelo "GRUPO HOMENS DO MAR DA BAÍA DE GUANABARA" (AHOMAR), principalmente em relação aos crimes ambientais que provocam sérios danos e prejuízos aos pescadores que atuam nas proximidades do canteiro e mesmo assim, tanto as empresas do consórcio quanto a PETROBRAS não prestaram qualquer esclarecimento ou resposta à comunidade constituída de cerca de 3 mil pescadores.

Mesmo com a interdição e os portões lacrados, verificou-se o andamento de várias atividades dentro e fora do canteiro em desobediência à fiscalização, continuando a causar sérios danos ambientais principalmente às áreas de manguezais, tornando a pesca impossível pela quantidade de lama gerada, como também pela água do mar suja. Os pescadores informam de grandes mortandades de peixes decorrentes dessas atividades, como também mau cheiro (gás) afugentando as poucas corajosas ou incautas pessoas que ainda frequentam a praia.

Em 27 de maio, os pescadores de Magé fizeram uma manifestação em frente ao prédio sede da Petrobras, na Avenida Chile, no Centro do Rio. Eles queriam uma explicação para o assassinato do pescador Paulo Cesar Santos Sousa, de 44 anos, tesoureiro da Associação dos Homens do Mar (AHOMAR), morto a apenas seis horas depois da interdição das obras da empresa. Paulo Cesar Santos Sousa, que havia denunciado ameaças de morte, foi espancado e executado com cinco tiros, no rosto e na nuca, depois de ter a casa invadida por três homens. Às 11:30 da sexta-feira (22-05), três homens brancos entraram na casa do pescador, e o retiraram. Sua esposa e filhos permaneceram no interior, ouvindo as agressões e gritos. O pescador levou pancadas durante meia hora. A esposa alegou que só ouviu dos invasores perguntas sobre documentos, e sobre o presidente da Ahomar, Alexandre Anderson. Os matadores fugiram, da casa, levando alguns papéis. Estavam em um golf branco, com a placa vedada. Segundo a polícia, o motivo do crime pode ter sido vingança em consequência do conflito envolvendo pescadores e a empreiteira GDK.

O delegado Aroldo Luís de Carvalho, titular da 66ª DP (Piabetá), informou que abriu inquérito para apurar o caso. Segundo ele, um outro inquérito foi instaurado em maio para investigar um atentado contra o presidente da AHOMAR, supostamente praticado por seguranças de uma das empreiteiras. Alexandre Anderson declarou que Paulo Cesar estava muito tenso nos últimos tempos, e teria lhe pedido de forma muito enfática, na segunda-feira que antecedeu o crime, para que fosse embora de Magé. Alexandre já foi ameaçado de morte inúmeras vezes, e sofreu um sério atentado no último 1° de maio.

Até o momento, nada de solução. Quantos pescadores mais precisarão morrer? Os pescadores continuam ameaçados de extinção.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Baía de Sepetiba – Crimes da CSA na mesa


No próximo dia 26 de Junho, haverá uma Audiência Pública na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, onde serão debatidos os crimes e os impactos sócio-ambientais causados pela Thyssen Krupp CSA - Companhia Siderúrgica do Atlântico. A Fapesca-RJ & Confapesca-BR terão assento na mesa de debates. Os pescadores e ambientalistas acusam a CSA por diversos crimes além das ameaças a pescadores que lutam contra a sua presença na Baía de Sepetiba.

Os representantes da empresa, por ocasião da Audiência Pública realizada pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da ALERJ em março deste ano, foram lacônicos ao afirmar que tomavam conhecimento naquele momento das denúncias de intimidações e ameaças aos pescadores da Baía de Sepetiba. A CSA é acusada de relação conjunta com milícias da região, impedimento do direito de ir e vir dos pescadores, ilegalidades e falta de transparência no processo de licenciamento ambiental, cooptação de autoridades públicas, destruição ambiental na Baía de Sepetiba com o desmatamento de extensa área de manguezais e violação dos direitos dos trabalhadores. Segundo os pescadores e ambientalistas, para redução dos custos, a empresa contrata chineses e nordestinos sem lhes garantir condições dignas de vida e trabalho. Alguns imigrantes não possuem documentos, nem contratos de trabalho.

Nessa mesma ocasião, o depoimento mais emocionante foi o do pescador Luis Carlos da Silva, que relatou ter sido obrigado a se mudar e parar de trabalhar na região para escapar das perseguições dos seguranças da Companhia Siderúrgica do Atlântico. Anésio Vieira de Souza, pescador há mais de 30 na Baía de Sepetiba e presidente do Conselho Fiscal da Associação de Pescadores APESCARI declarou: “Em 2006, nos reunimos com a empresa para buscar uma solução para todo esse problema. No final das contas, eles não fizeram nada e mandaram a gente procurar a justiça. Aí chegam aqui e ficam querendo enrolar dizendo que não sabem de nada. A fala deles não foi verdadeira”.

A lengalenga continua. Enquanto isso, a empresa as "autoridades" vão empurrando com a barriga e dando risada para as câmeras de TV. O povo fica olhando inerte e pacificamente a destruição descarada e criminosa da Baía de Sepetiba e a extinção do pescador artesanal na região.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Meio ambiente – Nada a comemorar


Infelizmente, não temos nada a comemorar no Dia Mundial do Meio Ambiente. Comemorar o quê? Os 197 Km2 desmatados no último trimestre na Amazônia? A devastação desenfreada de biomas como a Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga? A algazarra que se tornou o setor de meio ambiente do Governo Federal e que se espalha pelos estados e municípios? O tráfico de animais silvestres que cresce a cada dia que passa? O consumo irracional crescente e estimulado por governos e empresários inescrupulosos? Corrupção generalizada? Falta de saneamento básico? O PDBG (Programa de Despoluição da Baía de Guanabara) que há décadas não trás nenhuma melhoria para as condições ambientais da Região Metropolitana do Rio? Aliás, onde anda essa dinheirama? A destruição escancarada da Baía de Sepetiba? Os 70% de rios poluídos em todo o país? O desperdício descomunal e diário de água e energia? A falta de compromisso dos governos com o meio ambiente e a qualidade de vida da população? A pesca predatória que assola rios e mares brasileiros? Os órgãos ambientais falidos? Angra 3 e as 60 termonucleares anunciadas pelo Lobão? A falta de estrutura e pessoal capacitado para a gestão do setor no país? As unidades de conservação sendo invadidas e sem qualquer estrutura de defesa? A desertificação galopante por todo o planeta? O "desenvolvimento" a qualquer custo? As injustiças sociais? O descaso e o cinismo das "autoridades"?

Comemorar o quê?

quarta-feira, 27 de maio de 2009

BAÍA DE MANGARATIBA – O FIM ANUNCIADO


Ocorre hoje em Mangaratiba, às 19:00, a Audiência Pública para apresentação do Rima do projeto de Loteamento Fazenda Ingaíba, mais uma absurda e descarada ação de destruição do pouco que resta de recursos naturais na mal tratada e abandonada Baía de Mangaratiba. Na região, as décadas de 80 e 90 foram marcadas pela destruição total dos manguezais do Rio do Saco pelas construções irregulares e invasões, na sua maioria patrocinada por políticos sem qualquer visão ecológica, somente eleitoreira, como de costume. Agora, se os órgãos ambientais tiverem a coragem de aprovar mais essa barbaridade, os próximos anos serão marcados pelo desaparecimento do último resquício de manguezal ainda existente nessa baía, o manguezal da Baixada da Ingaíba. O pouco que resta desse bioma, pois essa área também foi desrespeitada em passado recente para implantação do grande empreendimento imobiliário e hoteleiro Portobello, será banida do mapa.

O Loteamento Ingaíba está na área de influência direta do bioma Mata Atlântica. A empreitada consiste na implantação de um projeto de parcelamento urbano do solo que, de acordo com o Plano Diretor do Município de Mangaratiba (Lei Municipal No 544/06), está compreendida na Zona Indicada ao Desenvolvimento Rural (Dr) e na Zona de Interesse Turístico (It), visando o fatiamento em 2.205 lotes divididos em 12 glebas, com terrenos medindo em torno de 360 m2! 12 x 30 m cada terreno! O projeto, além dos terreninhos, conta com unidades multifamiliares (10 edifícios de 4 pavimentos - térreo e mais três pavimentos, com 4 apartamentos por andar, totalizando 120 apartamentos), bangalôs, vilas náuticas e áreas de lazer. Para isso, está prevista a supressão de 856.295 m2 de Áreas de Preservação Permanente, incluindo-se aí, o velho manguezal. O projeto ocupará uma área total de 6.257.804,20 m2 (625 hectares), provocará o aumento da população regional que hoje é menor que 1.000 habitantes, passando para 12.030 habitantes (um aumento de quase 40% da população atual de todo o município, que hoje, pelo IBGE, gira em torno de 31.848 habitantes), que serão responsáveis pela geração diária de mais 10.159 kg (34 m3/dia) de lixo (um dos problemas mais sérios existentes no município e, até hoje, sem solução por parte das autoridades), além do aumento de 16.348 viagens de veículos por dia (16.073 de automóveis; 275 de vans). Para o caso de acesso único via BR 101, o sistema de acesso ao empreendimento deverá ter capacidade para atendimento de um fluxo de 1.234 veículos (autos) por hora.

A obra prevê a movimentação de terra para nivelamento dos terrenos e estabelecimento de greides do sistema viário e o balanceamento interno de corte e aterro, sendo necessárias áreas externas de empréstimo e bota-fora. Devido às características do terreno com lençol freático em pequena profundidade, serão necessários mais aterros do que cortes, cujo volume estimado de movimentação de solos será de 2.600.000 m³ de aterro e 2.704.000 m³ de corte. Quatro jazidas estão previstas para o fornecimento desse material, localizadas, na sua maioria, nas margens de rios, como o Ingaíba, o maior da região, e próximas à linha de praia.

Sabe-se que a região é formada predominantemente por Planície Fluviolagunar e Alagadiços, ocorrendo também áreas de Planícies de Maré e Mangue. Próximo ao mar e ao longo de alguns canais interiores ocorrem as Planícies Fluviomarinhas (aluviões). Predominam então, solos com lençol freático elevado, com sedimentos inconsolidados e moles, apresentando baixa capacidade de suporte, com estabilidade precária condicionados a risco de solapamento das margens e aumento das áreas de Planície de Maré devido ao intenso assoreamento litorâneo, que forma deltas e baixios, causado pelo aumento da capacidade de erosão dos canais retificados e pela ocupação da região. Não somos nós que dizemos e sim o próprio RIMA. Isso já ocorre na área e é observado nitidamente por todos que vivem há décadas na região, com as condições de ocupação atuais. Os terrenos ali localizados são muito sensíveis à ocupação, devido à dificuldade de escoamento e ao risco de inundações, freqüentes nas épocas de chuva na área da Ingaíba. A profundidade da baía vem diminuindo consideravelmente nas últimas décadas devido à erosão provocada no continente. O assoreamento vem afetando diretamente as praias da baía, modificando drasticamente o litoral local. Todo mundo sabe disso. Autoridades, ambientalistas, moradores e freqüentadores da região.

Esse mega empreendimento, totalmente irracional, mascarado por medidas mitigadoras de baixíssimo efeito e por apelo ecorural, se aprovado, servirá para acabar de vez com o pouco que resta de praias em condições de uso e o único manguezal da Baía de Mangaratiba. Adeus turismo, aquele que deveria ser o carro chefe da economia mangaratibense e receber a atenção que merece por parte das autoridades e dos empresários que ali se instalam. É bom lembrar para esse pessoal que turismo sem meio ambiente saudável simplesmente não existe. O ecoturismo consciente, sem dúvida, tiraria Mangaratiba da estagnação que se encontra desde o fim do ciclo da banana. O que vemos a cada dia que passa, é um turismo irresponsável, de baixa qualidade, se alastrando pelo município e região. O portal da Costa Verde não merece o tratamento que estão lhe dando. Abra o olho população! Atenção INEA e demais órgãos ambientais! Atenção Ministério Público!

Meio ambiente – O que está acontecendo na Baía de Sepetiba?


Temos recebido vários e.mails de moradores de Itaguaí e Mangaratiba denunciando a mortandade peixes na Baía de Sepetiba. Pescadores relatam que desde sexta-feira passada vêm encontrando grande quantidade de peixes mortos nas praias da região. Todos querem saber a origem do problema, mas até o momento são informados pelas autoridades que trata-se de uma contaminação por microalgas diatomáceas e dinoflageladas. Segundo os técnicos do INEA, há vestígios do que seria uma mancha de algas espalhadas entre a Baía da Ilha Grande e a Baía de Sepetiba, com sinais de floração ao largo da costa, por fora da Restinga de Marambaia, alcançando até o início do Recreio. Ainda segundo eles, se o resultado da análise de toxicidade que sai nesta quarta-feira for positivo, há risco de contaminação de seres humanos, em casos de exposição demasiada como o consumo de moluscos.

Entre as espécies mortas, são encontradas moréias, linguados, cororocas, bagres e até tartarugas. Os pescadores suspeitam que a causa da mortandade está nas diversas agressões ambientais existentes na baía, tais como, as obras na região do Porto de Itaguaí, dragagens irregulares, obras da CSA, contaminação pela água de lastro dos navios que ali aportam e mesmo o depósito de rejeitos tóxicos da Ingá, cujo tratamento, prometido pelo Governador, o Ministro do Meio Ambiente e a Usiminas, empresa que arrematou em leilão no ano passado o terreno, não se sabe a quantas anda.

Nuclear - Vazamento em Angra 2. Você sabia?


Somente ontem, 26 de maio, 11 dias após o fato, um vazamento de material radioativo da Usina de Angra 2 foi comunicado à população! Segundo a Eletronuclear, o acidente ocorreu por volta das 16:15 do último dia 15, quando uma peça contaminada era raspada para a retirada de material radioativo, um processo rotineiro, um funcionário não teria desconectado o sistema de ventilação, o que fez com as partículas raspadas se espalhassem, levando ao acionamento do alarme de termonuclear.

Seis trabalhadores foram contaminados por urânio, quando faziam a descontaminação de um equipamento. Ainda segundo a empresa, o acidente não causará problemas de saúde a eles, que foram contaminados em níveis abaixo de 0,1% dos limites estabelecidos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen). Os funcionários passaram por processo de descontaminação e a empresa também garantiu que a contaminação não terá impacto no meio ambiente ou para os moradores de Angra dos Reis e que a Comissão Nacional de Energia Nuclear e o Ministério de Minas e Energia foram avisados, o que é contestado pela Sociedade Angrense de Proteção Ecológica (Sape), que considera o acidente grave. A organização afirma que a Defesa Civil do município foi avisada somente no dia 18, três dias após a ocorrência. A Eletronuclear rebate e reitera que a comunicação foi feita no mesmo dia do vazamento. O Brasil só soube ontem através dos meios de comunicação.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Social – Não temos muito o que comemorar


Em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, abolindo a escravidão no Brasil. Mas, infelizmente hoje, 13 de maio de 2009, não temos muito o que comemorar. A escravidão, apesar dos esforços do governo nos últimos anos (não sei se tímidos ou covardes), ainda é uma realidade. A exploração da mão-de-obra por parte daqueles que ainda insistem em conservar os costumes mais imorais dos primórdios da “civilização” e desse país, e a escravidão certamente é o mais vergonhoso que a humanidade pode presenciar, faz parte do nosso dia-a-dia. Parece que é um vírus ou um gene que eles trazem no sangue e insistem em perpetuar. O pior de tudo é que essa classe, esse cancro que insiste em molestar o país, tem inúmeros representantes nas câmaras e governos municipais, estaduais e federal e na iniciativa privada. A maior parte dela é responsável pelos maiores escândalos financeiros e políticos dos últimos tempos. Continuam a todo custo tentando manter o poder para esconder suas ações nefastas atrás de cargos, aparências e benesses. Representam o que é de mais pernicioso na sociedade brasileira. O cancro, essa minoria nociva, se espalhou por todo canto do país, procurando garantir o domínio sobre as classes menos favorecidas. Como a escravidão, eles ainda existem e conseguem ser mantidos pela maioria da população, que por incrível que pareça, se encontra cada vez mais pacífica. A história é sempre a mesma: os miseráveis alimentando o império.


Mascarada ou escancarada, a escravidão está presente desde as áreas mais desenvolvidas do país às áreas mais remotas e carentes de fiscalização do trabalho. Diariamente vemos casos nos meios de comunicação sobre trabalho forçado, privação da liberdade, maus tratos, exploração e abuso do poder político e econômico cometidos por esses herdeiros do poder feudal. É a escravidão nua e crua a desmoralizar a Nação.

Não bastasse isso, ela continua a agir sobre os descendentes negros, visto que estes representam o maior contingente da população que sofre com a miséria, a carência de recursos financeiros e de infraestrutura. Até os dias de hoje, os negros e seus descendentes, continuam sendo sacrificados, tendo que morar em favelas, subempregados, sem transporte digno, se sujeitando aos serviços de saúde e educação públicos da pior qualidade, sofrendo do preconceito racial, dentre outras mazelas. A escravidão está nas nossas barbas.

E, para esse dia que seria extremamente importante estarmos comemorando a extinção desse mal, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) anuncia um novo estudo sobre os padrões do trabalho forçado em todo o mundo, o qual destaca que “o custo de oportunidade” derivado da coerção aos trabalhadores afetados pela escravidão contemporânea supera 20 bilhões de dólares por ano, o que representa um poderoso argumento econômico, bem como um imperativo moral, para que os governos confiram maior prioridade ao tema.

O relatório, intitulado “O Custo da Coerção”, também detalha o número crescente de práticas antiéticas, fraudulentas e criminosas que podem levar as pessoas a situações de trabalho forçado e faz um apelo em busca de um maior esforço para erradicar estas práticas. Acrescenta ainda que, na conjuntura atual, os que mais sofrem são os mais vulneráveis (o que não é novidade para ninguém). Nesses tempos, é ainda mais necessário evitar que os ajustes não ameacem as salvaguardas conquistadas a duras penas para impedir que os trabalhadores, ao longo das cadeias produtivas, sejam submetidos ao trabalho forçado ou ao abuso representado pelo tráfico de pessoas.

A maior parte do trabalho forçado ainda é encontrada nos países em desenvolvimento, frequentemente na economia informal e em regiões isoladas, com pouca infraestrutura, sem fiscalização do trabalho e aplicação da lei. O relatório anterior da OIT sobre trabalho forçado, publicado em 2005, mostrou que cerca de 12,3 milhões de pessoas no mundo inteiro foram de alguma forma vítimas de trabalho forçado ou servidão. Destes, 9,8 milhões são explorados por agentes privados, incluindo mais de 2,4 milhões em trabalho forçado como resultado do tráfico de seres humanos.

Não dá para comemorar.