quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Sociedade - Banditismo oficial x qualidade de vida


Com o plenário lotado de suplentes, numa sessão relâmpago e em rito sumário, o Senado aprovou na madrugada desta quinta-feira a proposta de emenda constitucional (PEC) que recria 7.343 dos 8 mil cargos de vereadores cortados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2004, para reduzir gastos e adequar ao número de eleitores. Com a aprovação, pelo relator senador César Borges (PR-BA), suplentes que não foram eleitos em outubro passado poderão assumir como titulares em fevereiro, junto com os eleitos.

Um acordo de líderes permitiu pular os prazos regimentais de oito sessões entre o primeiro e o segundo turnos. A líder do PT Ideli Salvati (SC) foi a única que não encaminhou explicitamente pela aprovação da emenda. Ela liberou a bancada, mas os petistas votaram majoritariamente pela aprovação. No primeiro turno, foi aprovada por 54 votos "sim", 5 votos "não" e uma abstenção. Apenas cinco senadores foram contrários: Álvaro Dias (PSDB-PR), João Pedro (PT-AM), Kátia Abreu (PT-TO), Raimundo Colombo (DEM-SC) e Tião Viana (PT-AC).

Para liquidar a votação do primeiro e do segundo turno, e cumprir a exigência de oito sessões, o presidente Garibaldi Alves (PMDB-RN) (aquele que está pensando em reeleição para a presidência do Senado), com o apoio unânime de lideres da base e oposição, abria e encerrava as sessões umas atrás das outras. Ele se limitava a ler as PECs que estavam em votação. Outra PEC, aprovada no bolo da PEC dos vereadores, regulamentou a criação de 52 novos municípios criados depois da Constituição de 88 que estavam ameaçados de extinção.

Por essas e outras que não sobra dinheiro para a preservação do meio ambiente, para melhorar os salários dos professores e a qualidade do ensino público, para obras de saneamento básico, para a melhoria dos salários dos profissionais e do setor de saúde, para a construção de moradias populares, transportes de massa, etc. Por essas e outras que os hospitais são verdadeiros açougues, a violência toma conta das cidades e o salário não consegue garantir as condições básicas de vida da maioria dos brasileiros. Infelizmente estamos sendo governados por bandidos há muito tempo. Eles fazem as leis que nós cidadãos temos de cumprir. Eles executam e decidem os gastos com o dinheiro público da forma que bem entendem, de preferência que atenda seus interesses particulares. É o banditismo oficial. Mais um exemplo de corrupção e malversação do dinheiro público que o povo vai deixar passar. Se fosse um país sério, estariam todos fuzilados. E ainda tem gente que vota nesses crápulas. O que mais falta para um dia se dar jeito nessa gente?