domingo, 29 de junho de 2008

Polêmica - Raposa Terra do Sol - Luta na terra de Makunaima


Luiz Carlos Azenha, conceituado jornalista, produziu um documentário sobre a questão muito divulgada na mídia ultimamente, o caso da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol em Roraima,veiculado na TV Cultura de São Paulo. A área foi demarcada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e homologada há três anos, em 15 de abril de 2005, pelo atual governo.

Trata-se de uma área contínua de 1,747 milhão de hectares, dividida entre imensas planícies, semelhantes às das regiões de cerrado, mas lá denominadas de lavrado, e cadeias de montanhas, na fronteira do Brasil com a Venezuela. Na realidade, esse é um dos ecossistemas bem definidos e também muito importantes do país, conhecido como campos de Roraima, famosos pelos cavalos selvagens que lá vivem. Por ser um ecossistema único (única região no país que abriga os referidos cavalos), não pode ser tratado simplesmente como os agricultores da região se referem (áreas limpas de cerrado), argumentando que lá a fronteira agrícola permite a ampliação das áreas de lavouras sem ter que derrubar uma árvore, o que certamente facilitará, não havendo planejamento e monitoramento governamental, a destruição do bioma.

Segundo a FUNAI, lá vivem cerca de 19 mil índios (número contestado pelos agricultores que alegam ter no máximo 7.000 índios), a maioria deles da etnia macuxi. Junto com os índios, estão os não-indígenas constituídos por pequenos produtores rurais, comerciantes e sete grandes rizicultores (sendo dois arrendatários) que iniciaram a ocupação da região nos anos 70 e hoje representam um dos setores mais importantes da economia do Estado. A rizicultura representa hoje 40% da produção agrícola de Roraima. O arroz irrigado produzido em Roraima está alimentando hoje uma população de aproximadamente dois milhões de pessoas, no Amazonas, Pará e Amapá, além do próprio estado de Roraima. A atividade dá emprego direto para duas mil pessoas e indiretos para seis mil pessoas. No coração de todo esse sucesso agroindustrial está o trabalho de 20 anos de pesquisa da Embrapa Roraima (empresa estatal de pesquisa agropecuária), que já recomendou várias cultivares (Fonte: EMBRAPA). A safra 2007/2008 plantada numa área de 24 mil hectares, está estimada em 152.400 toneladas, representando uma produtividade média de 127 sacas de arroz por hectare.

Hoje, o arroz é o alimento básico para mais da metade da população mundial. Somente na Ásia, mais de 2 bilhões de pessoas obtêm de 60 a 70 % de energia através do consumo de arroz e seus derivados. É a fonte alimentar com o crescimento mais rápido na África e de grande importância à segurança alimentar.

Com a demanda por alimentos aquecida, os agricultores calculam que teriam mercado garantido no Estado e na Bacia Amazônica, se triplicassem a capacidade de beneficiamento. Mas em vez de aumentar, as empresas poderão ser, em breve, forçadas a reduzir em 50% a quantidade de arroz que beneficiam. Ainda segundo eles, se saírem da área, terão um déficit considerável de oferta de arroz a ponto de precisarem comprar arroz de outros estados. Todo o arroz consumido no estado vem hoje dos produtores locais. Os rizicultores, segundo o governo do estado, representam 6% do PIB de Roraima (R$ 3,2 bilhões). Em 2007, o setor teve faturamento de R$ 51 milhões.

Há mais de 20 anos, parte dos índios de Roraima luta pela homologação da Raposa Serra do Sol em área contínua, e não em ilhas, como querem os agricultores que contam com o apoio de uma parte dos povos indígenas que ali habitam e a maioria da população do estado. Além disso, a existência do município de Uiramutã, criado em 1996, e cuja sede está na terra indígena, é outro entrave no caminho. A homologação fracionada excluiria da terra indígena as áreas produtivas, as estradas, as vilas, as sedes municipais e as áreas de expansão. Todo este território, somado, representa uma extensão de 600 mil hectares.

A notificação para que os agricultores saíssem das terras é datada de março de 2007. A permanência após o dia 30 de abril daquele ano permitiria ao governo o uso de força policial para a retirada dos agricultores, ação que foi levada a cabo a partir da Operação Upakaton 3, da Policia Federal, iniciada em abril deste ano. Nos últimos meses, a resistência dos produtores de arroz da região tem aumentado, levando a conflitos armados. A violência explodiu na região. A concessão de uma liminar pedida pelo governo de Roraima ao Supremo Tribunal Federal interrompeu a ação da PF. O Estado de Roraima argumentou que a efetivação da demarcação contínua poderia, entre outros problemas, prejudicar a economia da região e aumentar a violência. A medida não surtiu efeito e culminou em conflito no último dia 5 de maio. Funcionários da Fazenda Depósito, controlada por Paulo César Justo Quartiero (o maior arrozeiro da região), teriam atirado contra índios, ferindo dez deles.

Azenha procurou dar espaço para que todas as partes envolvidas na questão expusessem suas considerações, fazendo um trabalho jornalístico isento, imparcial, digno do raro bom jornalismo que ainda existe nos dias de hoje. Para quem nunca foi à região, não conhece a realidade local, como eu, e para aqueles que querem entender um pouco mais o que acontece realmente, o material é muito rico e merece ser apreciado.

Não vou aqui defender nenhum dos lados, mas o que mais me intriga nessa história toda é que os arrozeiros ocupam menos de 1,5 % da área destinada à reserva. Pelo que vemos nos mapas, a área é rica em recursos hídricos e mesmo esses 1,5 % se concentrando às margens do Rio Surumu, restam milhares de hectares inexplorados às margens do mesmo
rio e de toda a bacia hidrográfica da região. Porque será que esses 1,5 % de terras representam tanto na discussão da questão? Estão procurando visibilidade às custas dos arrozeiros, ou essas são as únicas terras valiosas lá existentes? O restante dos 98,5% não valem o que valem os 1,5 % dos arrozeiros? Temos que lembrar também, que os arrozeiros lá instalados, não simplesmente são plantadores de arroz. Além de plantarem o arroz, esses produtores implantaram toda uma infra-estrutura de beneficiamento, um pólo agro-industrial único naquele estado. Não é chegar lá e tirar alguns agricultores. É desarticular toda uma enorme estrutura de produção que emprega muita gente, inclusive indígenas. Hoje, várias vilas dependem diretamente da atividade, sem contar que, durante essas últimas décadas, a miscigenação entre indígenas e não-indígenas foi enorme. Não-indígenas têm parentes indígenas e, havendo a homologação contínua, obrigatóriamente os não-indígenas teriam que se separar se seus parentes indígenas, pois assim rege a lei.

Outro ponto mencionado pelos que defendem a necessidade de retirada dos arrozeiros, é que estes não respeitam qualquer preceito ambiental no desenvolvimento das lavouras. Ora, isso não é argumentação válida. Se estão utilizando água de forma irregular, se aplicam agrotóxicos de forma exagerada, se não respeitam as matas ciliares, se não se utilizam de técnicas adequadas de conservação do solo, que passem a adotá-las. Que as comunidades e as ongs cobrem do governo as medidas cabíveis que exijam o cumprimento das normas de conservação ambiental definidas pela legislação brasileira.

Além da questão ambiental, alegam que a
demarcação tem que ser contínua para garantir o intercâmbio cultural das diversas etnias ali existentes. Pelo que se vê, e o próprio agente do governo afirma na reportagem, é que a descontinuidade hoje existente não influenciou negativamente na densidade demográfica indígena, consquentemente, podemos deduzir que nem no intercâmbio cultural. A população continua crescendo. Cresce 06 vezes mais que a média nacional! Porque será que vai influenciar daqui para frente? Uma indígena aculturada, membro de uma das ongs, alega que em 21 anos, 20 índios foram mortos na região, menos de 01 por ano, e considera isso extermínio. Que extermínio é esse? Estão achando que somos o quê? Ignorantes? Tolos? Em qualquer cidade do país os índices de violência são infinitamente maiores que esses apresentados pela indígena. Não estou aqui para fazer apologia ao extermínio de índios! Pelo amor de Deus! Luto pela justiça social e ambiental. Mas o que é isso? Que argumento mais doméstico!

Outra questão importante: as ongs e os indígenas argumentam que garantirão a produção agrícola nos moldes da cultura indígena. Isto significa que a produção e a produtividade cairão consideravelmente. Eles, talvez, conseguirão produzir para se manterem (subsistência) e assim, o estado passará a depender da importação de alimentos de outros estados e países como a Venezuela. O governo de nossos vizinhos, recentemente, consultou os produtores de arroz de Roraima, sobre a possibilidade de fornecimento de 45 mil toneladas de arroz, o que dariam 900 mil sacas. A proposta foi recusada, pois o mercado local poderia ser desabastecido. Resumindo: a maior parte da população de Roraima que hoje sonha com o desenvolvimento (que deve ser sustentável) vai se ver dependente cada vez mais da economia externa. O estado que poderia se tornar grande exportador de alimentos para toda a região, passará a depender da Venezuela, que certamente enxergará o potencial para expandir sua produção e abastecer a população de Roraima.

Mais um questionamento que faço: que negócio é esse de formação de lideranças indígenas? Nunca soube de qualquer indígena receber formação por homens brancos para se tornar cacique! Cacique não precisa de formação dada por homem branco. O que existe lá e em todas as outras áreas indígenas onde os órgãos federais, igrejas e ongs marcam presença, são índios sendo formados para se tornarem técnicos indigenistas (especialistas em cultura indígena), com discurso claramente muito bem absorvido dos catequistas. Nada mais que isso. O que também não sou contra. O índio, como qualquer outra pessoa, deve ter a liberdade para optar pelo que bem entender. Forme-se em jornalismo, em direito, em medicina, em engenharia... Qualquer coisa. Faça ele o que bem quiser de sua vida. Porém, o verdadeiro líder indígena sabe muito bem o que seu povo quer e precisa, sem necessitar de interferência dos homens brancos. Haja visto todos os estragos que os brancos causaram nas comunidades indígenas no decorrer da história. Não preciso dizer mais nada. Isso é um ponto que também me intriga muito.

Enfim, além do que menciono acima, há muitos outros argumentos inconsistentes em todo o processo.

Para ver o lado dos índios, vale a pena visitar o site do Conselho Indígena de Roraima - CIR.

O documentário do Azenha está dividido em 7 partes que você pode ter acesso no site do YOUTUBE.

Certamente, o material vai contribuir para a formação de sua opinião. Bom proveito.

sábado, 28 de junho de 2008

Ecoturismo - Turismo de observação de cetáceos cresce a olhos vistos na América Latina


Os últimos dados sobre turismo de observação confirmam que a indústria latino-americana de observação de baleias cresce a olhos vistos, registrando um aumento de até quatro vezes em seu faturamento nos últimos 15 anos. A indústria de observação de baleias vendeu pacotes a um valor equivalente a 80 milhões de dólares em 2006, na América Latina, e o gasto total desses turistas chegou a quase 280 milhões de dólares.

O negócio de observação de baleias fatura cerca de 1 bilhão de dólares por ano em cerca de 90 países. Trata-se de um setor sustentável que beneficia as comunidades costeiras sócio-economicamente, educacionalmente e ambientalmente.

Os turistas envolvidos na atividade na região devem ultrapassar a faixa de 1 milhão neste ano. Vários países latino-americanos, entre os quais o Chile, defendem que a observação desses animais é uma forma de evitar a caça, conforme desejam países como o Japão, a Noruega e a Islândia. Nas águas latino-americanas vivem 64 espécies de baleias, golfinhos e toninhas, o que representa cerca de 75% das 86 espécies de cetáceos conhecidas.

Aqui no Brasil, o turismo de observação de cetáceo
s está concentrado no nordeste (Abrolhos – baleias jubarte) e em Santa Catarina (Praia do Rosa – baleias francas), porém no litoral brasileiro vivem várias espécies de cetáceos que podem ser observadas pelos grupos de ecoturistas.


Estamos aqui falando só do turismo de observação de cetáceos. Imagine o potencial de crescimento existente para o restante do setor de turismo de observação aqui no Brasil. Quanto ainda podemos desenvolver o turismo de observação de aves, de mamíferos, de quelônios, o turismo de observação subaquática? O potencial é simplesmente fantástico e, certamente, o setor é um dos que mais contribui e continuará contribuindo para a conservação das espécies e dos ecossistemas, garantindo o sustento das muitas comunidades envolvidas. Ótimo exemplo para os países que ainda insistem em abater baleias. As nossas armas têm de ser outras: a câmera fotográfica e o binóculo.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Corrupção - um problema ambiental


Segundo um novo informe da organização Transparência Internacional, a escassez mundial de água é, fundamentalmente, um problema de governabilidade que tem raízes, entre outros fatores, na corrupção. Quase 1,2 bilhão de pessoas carecem de abastecimento constante de água. Mais de 2,6 bilhões vivem sem instalações sanitárias adequadas. De acordo com o Informe Global sobre a Corrupção 2008, elaborado pela Transparência, o uso excessivo e a contaminação transformaram os ecossistemas aquáticos no recurso natural mais degradado do mundo. O estudo, divulgado esta semana, prevê que mais de três bilhões de pessoas poderão viver em países que sofrem escassez de água, até 2025.

As conseqüências humanas da crise são devastadoras e afetam fundamentalmente mulheres e pobres, acrescenta o estudo. Segundo o informe, cerca de 80% dos problemas de saúde se relacionam com a qualidade da água ou com instalações sanitárias impróprias, e causam a morte de aproximadamente 1,8 milhão de crianças por ano, bem como a perda de 443 milhões de dias de aula para os que sofrem. Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, adotados pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas em 2000, contemplam, entre outras metas, reduzir pela metade a proporção de pessoas que vivem sem instalações sanitárias adequadas, até 2015, com relação aos níveis de 1990.

Entretanto, especialistas afirmam que esse objetivo, e outros, não poderão ser atingidos se não for encarado o problema da corrupção. Esse mal não afeta apenas os objetivos referentes diretamente à água, mas também outros aspectos como a taxa de analfabetismo. Os jovens que precisam andar 10 quilômetros para apanhar água perdem tempo que poderia ser dedicado aos estudos. O informe destaca que a corrupção freqüente fica impune pelo conluio entre o setor privado e elites poderosas.


Há apenas 15 anos era legal em muitos países que uma grande empresa deduzisse de seus impostos o custo dos subornos pagos para obter um contrato. Na China, aquele país até pouco tempo atrás tido como exemplo para muitos de nossos economistas, por "crescer" a taxas em torno de 10 a 12 % ao ano, o emprego de subornos para evitar o cumprimento das regulamentações ambientais determinou a contaminação de aqüíferos em 90% das cidades, enquanto a água de 75% dos rios que atravessam zonas urbanas não é própria para beber nem para pesca (que exemplo de crescimento!!!). A corrupção se encontra ao longo de toda a cadeia de fornecimento de água, desde a criação de políticas até destinações orçamentárias para os sistemas de faturamento do serviço. Afeta todos os países, ricos ou pobres, e tanto o setor privado quanto as empresas públicas.

Nos países ricos, a maioria dos casos de corrupção está ligada à destinação de contratos para construir e operar a infra-estrutura municipal do serviço de água, um mercado de US$ 210 bilhões por ano na América do Norte, Europa Ocidental e Japão. No caso das nações em desenvolvimento (caso do Brasil, por exemplo), estima-se que a corrupção aumente em até 30% o custo da ligação de uma casa à rede de esgoto. Considerando-se a corrupção no setor da água e os custos associados com a mudança climática, estima-se que alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio exigirá US$ 50 bilhões adicionais (os corruptos, claro, também já estão de olho nesses recursos!).

O informe também analisa o problema da irrigação, que representa 70% do consumo mundial de água e ajuda a produzir 40% dos alimentos. Os sistemas de irrigação podem ser monopolizados por grandes consumidores, alerta o estudo. No México, 20% dos produtores rurais, os mais ricos, recebem mais de 70% dos subsídios para irrigação. A corrupção nesta área agrava a pobreza e a insegurança alimentar. Os projetos hidrelétricos, que exigem enormes volumes de investimento, estimados entre U$$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões anuais durante as próximas décadas, podem ser um campo fértil para a corrupção no projeto e execução de grandes represas em todo o mundo. Um paraíso para os corruptos brasileiros!

Qualidade de vida - Falta de saneamento - um problema que não querem resolver


Ontem (26/06), o RJTV mostrou uma denúncia de um morador da Baixada Fluminense, do município de Nova Iguaçu, reivindicando melhorias em sua rua, que desde que nasceu a 37 anos atrás, está repleta de buracos, sem pavimentação, esgoto a céu aberto, dentre outras mazelas. Lembra-se ainda na denúncia, que no bairro não é feita coleta de lixo que, quando o material não é queimado pelos moradores, fica acumulado na rua, um risco para a saúde da população. Nesses casos, o que mais ouvimos das autoridades é: estamos providenciando um projeto para a solução dos problemas da comunidade tal. E assim vão se passando os anos, décadas, e nada é feito.


Esse não é o retrato só de Nova Iguaçu, é da maioria das cidades brasileiras. A Baixada Fluminense está repleta desses problemas. Para onde vai tanto dinheiro de programas de saneamento, de obras de PACs, de financiamentos internacionais, de emendas orçamentárias, etc., etc.? Por quantas andam as obras de revitalização da Baía de Guanabara que contempla obras de saneamento na Baixada Fluminense e na maior parte da região metropolitana do Rio de Janeiro? Onde está esse dinheiro? E mais: Onde estão as obras? Enquanto isso tem gente se preocupando em fazer marcha da maconha na Vieira Souto.

Para não dizer que estou exagerando, assista esse próximo vídeo:

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Crime - Mais um caso de trabalho escravo no Mato Grosso


Na semana passada o Grupo Especial de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho e Emprego, integrado por seis Auditores Fiscais do Trabalho, e o Ministério Público do Trabalho, escoltados por policiais federais e agentes da Força de Segurança Nacional, realizaram operação de fiscalização na Fazenda Rio Mutuca, situada no Município de Juara. Lá, foram encontrados 51 empregados em condições desumanas de sobrevivência e de trabalho.

Os trabalhadores estavam alojados em dois barracões de lona, sem qualquer proteção lateral, expostos ao frio, chuva e picadas de insetos. O calor durante o dia era tão intenso debaixo da cobertura de lona que era praticamente impossível permanecer lá dentro por muito tempo segundo os técnicos que participaram da operação.

A água, de aspecto turvo, utilizada para beber e tomar banho era a mesma que servia o gado. Não havia camas ou banheiros. Os trabalhadores dormiam em redes amarradas junto às toras de sustentação dos barracos. O único equipamento de proteção utilizado pelos empregados, inclusive operadores de motosserra, era as botas, adquiridas por eles próprios, alguns dos quais na cantina da fazenda, em valores bem superiores aos praticados no mercado local.

Os trabalhadores relataram casos de acidente de trabalho, com omissão de socorro imediato, limitando-se a ajuda ao deslocamento até a balsa próxima à fazenda, sendo que a partir dela os empregados tinham que pedir carona até o hospital. Segundo os auditores, poucas vezes encontraram semelhante estado de degradação da condição humana.


Os trabalhadores foram todos resgatados da Fazenda e conduzidos até o Município de Juruena, onde providenciou-se o registro em carteira e em livro de empregados, emissão das guias de seguro-desemprego e acerto das verbas rescisórias. Além desses direitos, cada trabalhador receberá, conforme seu tempo de sujeição às condições desumanas de trabalho e sobrevivência, indenização por danos morais de até quatro mil reais, arbitrados pelo Ministério Público do Trabalho. No total, as indenizações superam os duzentos mil reais.

O proprietário da fazenda foi autuado pela fiscalização do trabalho que expediu em torno de quinze autos de infração, cujos valores podem chegar a cem mil reais. O Ministério Público do Trabalho informou que ingressará com ação civil pública para postular, dentre outros pedidos, a reparação moral da coletividade, que deverá exceder o patamar de um milhão de reais.

Clima - Físico defende resfriamento global - alertas não passam de histeria


Ao contrário das previsões que estão anunciando cada vez mais a intensidade do aquecimento global, os próximos 20 anos deverão ter um resfriamento do planeta. A afirmação é do físico Luiz Carlos Molion. Ele falou no último dia 24, durante o 23º Seminário Cooplantio, no Rio Grande do Sul, que o assunto não passa de uma histeria global. Durante a palestra, ele apontou quais serão os cenários para o Rio Grande do Sul, destacando que haverá uma redução das chuvas, com alguns lugares mais sensíveis e outros menos, variando na ordem de 10 a 20% de um total pluviométrico. Os invernos ocorrerão com freqüência maior de massas de ar polar frias, que podem provocar uma freqüência maior de geadas. (Veja alguns vídeos do Professor Molion)




Molion acredita que os efeitos para a agricultura gaúcha não devem ser tão grandes como se imagina, mas algumas culturas podem sofrer com as geadas. Espera-se até que chova menos, de forma mais distribuídas em termos de tempo ao longo da safra. Os invernos poderão ser mais rigorosos e, dependendo do tipo de cultivo como, por exemplo, os citros, poderão sofrer com invernos mais frios e com as geadas.

Sobre suas posições contrárias aos prognósticos levantados por cientistas em relação ao aquecimento global, o físico respondeu dizendo que a maioria da comunidade científica prefere seguir a onda mundial. Comentou que muitos técnicos querem manter o seu status. Embora sejam pessoas de boa formação e que sabem as incertezas que existem por trás disso, preferem rezar a mesma cartilha do IPCC (sigla em inglês de Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas). Segundo ele, felizmente o clima não está colaborando com o IPCC. O IPCC gostaria que houvesse um aquecimento global.

Quantos interesses devem estar por trás disso tudo, Hein?

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Meio ambiente - Mais um "ambietalista" – Paul McCartney defende comida vegetariana para reduzir aquecimento global


Para Paul McCartney, ex Beatle, existe uma maneira simples de contribuir na luta contra as emissões de CO2 que causam as mudanças climáticas: comer pratos vegetarianos todas as segundas-feiras.

Segundo ele, evitar a carne um dia por semana é um hábito já muito difundido na Austrália, onde os consumidores estão conscientes do impacto ambiental dos grandes rebanhos de gado. Lá muita gente vai às segundas-feiras na academia.

A segunda-feira sem carne é um pouco como esse hábito de ir à academia, e além do mais você ajuda o planeta, diz o músico. Para Paul, se você não pode renunciar completamente à carne, eliminar por um dia já é um passo a frente e destaca: "Uma das conclusões mais significativas do último relatório da ONU sobre mudanças climáticas é que teremos que comer menos carne. Não é a Sociedade Vegetariana que afirma isso, é a ONU", lembra Paul.

Seria mais útil, humanitário e inteligente, se Paul e os multimilionários do planeta deixassem de acumular rendas absurdas e as distribuíssem de forma a minimizar a miséria, promovendo ações empreendedoras, de conscientização, sociais e ambientais, além, evidentemente, de mudarem os seus hábitos nababescos de vida e de consumo. Isso, sem dúvida, contribuiria demais para a diminuição das emissões de CO2. Será que eles estão interessados? Será que eles estão realmente muito preocupados com as questões sociais e ambientais? Será? Será?

Meio ambiente - A bóia-fria do etanol brasileiro


Recentemente, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconheceu que parte da resistência ao uso do etanol vem da oposição dos interesses ligados ao petróleo. Na última segunda-feira (23), o secretário-executivo da Convenção da ONU para Mudanças Climáticas, Yvo de Boer, ressaltou que o etanol brasileiro não gera desmatamento e é sustentável, mas criticou os biocombustíveis de outras fontes. Para ele, apenas o etanol que seja produzido de forma sustentável fará parte de uma solução final para garantir a redução de emissões de gás carbônico no mundo. Admitiu ainda que o assunto não é bem recebido pelos produtores de petróleo.

O presidente Lula, como bom mercador é claro, não cansa de defender o etanol brasileiro e dizer que os "dedos apontados contra a energia limpa dos biocombustíveis estão sujos de óleo e de carvão". Os ufanistas, sempre muito animados com o etanol brasileiro, só se esquecem de assumir o maior problema que afeta o setor: a desumana exploração da mão-de-obra. A imensidão de lavouras de cana foi formada e é colhida anualmente, graças às mãos de milhares de trabalhadores rurais temporários explorados, em pleno século XXI, de forma bárbara. São os conhecidos “bóias-frias”, nome dado pela parca refeição diária, que na hora do almoço já se encontra fria. A escravidão é nítida ainda hoje e o setor é um dos que mais contribuem para a procrastinação desse terrível mal.

Esses trabalhadores sofrem com as péssimas condições de trabalho, falta de assistência e proteção, alimentação inadequada, transporte desumano, excesso de horas trabalhadas, remuneração indigna, falta de capacitação profissional, dentre outras mazelas. Muitos produtores e usinas melhoraram o sistema de colheita nesses últimos anos, porém, com isso, não deixaram de afetar a vida dessa gente, que foi dispensada pela mecanização das lavouras e hoje continua vivendo em condições degradáveis, sem capacitação, educação e condições básicas necessárias para conseguir um novo emprego e melhorar a condição de vida.

O etanol brasileiro, sem dúvida tem suas vantagens, mas também desvantagens da forma como tem sido produzido nos dias de hoje. Como vantagem incontestável, temos a característica de ser um produto derivado de uma cultura renovável. A isso agrega-se uma outra vantagem imbatível, que é a enorme extensão de terras agricultáveis que o país possui, e que o deixa confortável por não interferir na produção de alimentos (muito contestada de forma infundavel pelos concorrentes). Isso vem fortalecendo a independência do país em relação aos combustíveis fósseis, outro grande triunfo. Porém, a influência da monocultura, do inadequado uso do solo, das queimadas na época de colheitas e, principalmente, a vergonhosa forma escravagista de exploração da mão-de-obra que insiste em assolar o setor, são questões que continuam sendo deixadas de lado pelos entusiastas do etanol. A escravidão é, sem dúvida, a pior das mazelas que poderia se permitir no sistema de produção desse biocombustível. É inadmissível que isso ainda ocorra nos dias de hoje. A persistir essa situação, insistir na produção de etanol no Brasil é uma verdadeira fria. Ao contrário do que afirmou o secretário-executivo da ONU, podemos afirmar que, nos moldes atuais, o etanol do Brasil é insustentável.

Assista ao vídeo:

terça-feira, 24 de junho de 2008

Crime - E no Japão a matança continua


Enquanto aqui no Brasil estamos comemorando os 100 anos da imigração japonesa, lá no Japão a matança de baleias continua. O Japão continua burlando a moratória à caça comercial afirmando que mata centenas de baleias todos os anos com fins de pesquisa científica. Além disso, insiste em não revelar informações sobre o número exato de baleias mortas e a forma como isso acontece.

Desde 1987, um ano depois de estabelecida a moratória de caça, o Japão abateu cerca de 11.000 baleias, de acordo com organizações de preservação ambiental. Geralmente, as baleias são mortas com um arpão explosivo detonado dentro do corpo do animal. Se o primeiro arpão não consegue matar a baleia, um segundo é utilizado. Nesse processo, os animais podem agonizar por mais de uma hora.

A realidade é que a carne de baleia, com finalidade científica ou não, abastece o mercado consumidor japonês, já que sua carne é comida tradicional no país. Enquanto isso vamos festejando!






Economia - Inflação fará com que o mundo reduza o crescimento


"A inflação já atingiu níveis de crise global. A variação de preços está entre os dois dígitos em vários países, como Índia, Rússia, Argentina e Venezuela. Isso significa que o mundo terá que elevar a taxa de juros e reduzir o ritmo de crescimento. Depois de cinco anos, teremos uma expansão mundial mais baixa."


E
sse é o destaque do Blog da comentarista de economia Miriam Leitão na capa do Globo On Line.

Só agora os senhores especialistas estão vendo isso? Há muito tempo que ambientalistas vêm alertando para a forma como a economia mundial vem se "desenvolvendo". Não há planeta que sustente crescimentos como temos visto nessas últimas décadas. Uma hora tem de haver um colapso! E a hora está chegando. Não vê quem é cego ou não quer enxergar e continuar espoliando recursos naturais.

A China, até pouco tempo atrás, era dada, pelos senhores especialistas, como exemplo de país em desenvolvimento. Todos deviam seguir o seu exemplo! A comentarista Miriam Leitão era uma das que defendiam o "crescimento" fabuloso da China, em comparação ao medíocre crescimento brasileiro. A China nunca cresceu a taxas de dois dígitos! Na realidade, crescendo a esse nível, a China terá que desembolsar outro tanto na recuperação ambiental, caso queira ter o mínimo de qualidade de vida para sua população. Resumindo: o que lucra tem de ser investido em recuperação do meio ambiente.

A China, como outros países, "crescem" às custas da destruição desenfreada. Da falta de consciência, comum à maioria dos economistas e governantes, que esquecem conceitos básicos de sustentabilidade. Ou seja: uma economia só se sustenta respeitando-se os estoques de recursos naturais, utilizando-os de forma racional. É básico! E muitos desses economistas que só enxergam o resultado financeiro, esquecendo-se da matéria-prima que garante esse resultado (os recursos naturais), hoje se passam por ambientalistas! Muitos dirigiram e dirigem bancos, empresas, etc., que até pouco tempo atrás só pensavam em alferir lucros não importando-se por quais meios. Evidentemente, contribuindo, direta ou indiretamente, para enormes passivos ambientais. Hoje veiculam propagandas nas mídias, mostrando-se verdadeiros defensores do meio ambiente.
Cuidado com as propagandas enganosas!

sábado, 21 de junho de 2008

Agricultura - A importância da Agricultura Familiar

No momento em que o país precisa produzir mais alimentos para baixar os indicadores de inflação, a importância da agricultura familiar deve ser lembrada.

O país que tem o perfil da agricultura voltado para a produção de alimentos está sofrendo menos o impacto da crise da oferta. É o caso do Brasil. enquanto nos últimos dois anos a inflação causada pelo aumento do preço dos alimentos no mundo alcança o índice de 85%, no Brasil ela permanece em 23%.

Dos 4,8 milhões de estabelecimentos familiares ocupados com a agricultura no Brasil, 4,1 milhões são agricultores familiares. A situação poderia ser muito pior se não tivéssemos esse universo ofertando a cenoura, a beterraba, o leite, o feijão. O perfil predominante da agricultura brasileira é de pequenas e médias propriedades.

Vale destacar que 70% do feijão, 40 % da soja, 95% das hortaliças e um grande percentual de vários outros alimentos consumidos pela população brasileira são provenientes da agricultura familiar.

O setor, que vem se fortalecendo com o cooperativismo, terá do governo federal R$ 300 milhões por ano destinados aos seguros de preços e clímático. O Pronaf (Programa Nacional da Agricultura Familiar) reflete os efeitos desse importante momento do setor, saindo de um orçamento ofertado ao sistema financeiro de R$ 2,2 bilhões para R$ 12 bilhões nesta safra, além de novos modelos de assistência técnica, seguros de preços, de risco climático e rearticulações das Emater (empresas de extensão rural). Mas ainda é pouco. Muito tem de ser feito.

Atualmente, as cooperativas discutem parceiras e estratégias a serem aplicadas nos próximos três anos que, somente no estado do Paraná, beneficiariam 320 mil agricultores familiares. As oportunidades para a melhoria das condições de nossos agricultores estão lançadas. O mundo precisa se alimentar.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Árvore do mês - PAU BRASIL (Caesalpinia echinata)


Ocorrência – do Ceará ao Rio de Janeiro. Atualmente sua presença pode ser notada apenas nos estados da Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Outros nomes -
ibirapitanga, orabutã, arabutá, brasileto, ibirapiranga, ibirapita, ibirapitã, muirapiranga, pau-rosado, pau-pernambuco.

Características – espécie semidecídua com 8 a 12 m de altura. Consta ter existido no passado exemplares de até 30 m de altura e diâmetro de 50-70 cm. Um exemplar antigo cultivado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro possui 25 m de altura e 60 cm de diâmetro. Seus ramos terminais, folhas e frutos são providos de pequenos espinhos. Folhas compostas duplamente pinadas (bipinadas) com 5 a 6 pares de pinas, cada uma com 6 a 10 pares de folíolos, com 1 a 2 cm de comprimento. Seu tronco é áspero e descamante através de placas de forma irregular, deixando mostrar por baixo uma superfície vermelho-alaranjada que contrasta com o restante da casca de cor cinza. Flores muito perfumadas, de cor amarela, que permanecem na planta por menos de uma semana. Frutos são vagens totalmente recobertas por espinhos que se formam logo após a floração e amadurecem deixando cair espontaneamente as sementes em menos de 50 dias. Um kg de sementes de pau brasil contém aproximadamente 3.600 unidades.
Habitat - floresta pluvial atlântica
Propagação – sementes
Madeira – muito dura, pesada, compacta, de grande resistência mecânica e praticamente incorruptível.
Utilidade – nos tempos coloniais a madeira era muito utilizada na construção civil e naval e para trabalhos de torno, pela coloração vermelho-laranja-vivo. Era também exportada em grande quantidade para extração de um princípio colorante denominado "brasileína" muito usado para tingir tecidos e fabricar tintas de escrever, representando a primeira grande atividade econômica do país. Sua exploração intensa gerou muitas riquezas para o reino e caracterizou um período econômico de nossa história, que estimulou a adoção do nome "Brasil" ao nosso país. Sua madeira, já muito escassa, é empregada atualmente apenas para a confecção de arcos de violino, sendo exportada para vários países exclusivamente para este fim. A árvore, de qualidades ornamentais notáveis e de grande importância histórica para o país, é amplamente cultivada em todo o país com fins paisagísticos.
Florescimento –
setembro a outubro
Frutificação – novembro a janeiro
Fonte: Vivaterra

Denúncia - Matança de baleias na Dinamarca



Hoje, o vermelho se sobrepõe ao verde. Incrível o que acontece num dos países mais desenvolvidos do mundo. Anualmente, nas Ilhas Feroe, também conhecida como as ilhas das ovelhas, uma região autônoma da Dinamarca, é realizada uma festa em que rapazes participam ativamente para manifestar a sua passagem a idade adulta. Trata-se de um ritual mais do que primitivo, simplesmente inadmissível para um país que faz parte da União Européia e apresenta tal grau de desenvolvimento econômico e social. Esses rapazes
se reúnem para o ritual macabro de matança de centenas de baleias, que são encurraladas à beira d'água e exterminadas a golpes de facas e fisgas ou bicheiros, demonstrando enorme prazer. Nesse dia, as crianças são dispensadas das escolas para acompanhar o "divertimento". Sabe-se que na Noruega também acontece tal festival.



Os habitantes da ilhas não têm necessidade da carne de baleia, por isso, muito dessa carne é deixada para apodrecer nas praias e jogada fora. Essa carne está poluída com metais pesados e outra toxinas, não atendendo aos padrões de saúde da União Européia para consumo humano ou animal.

É um espetáculo dantesco. Os participantes abrem o pescoço dos animais de fora a fora e os deixam agonizando na beira da praia, recebendo os aplausos dos espectadores. É simplesmente inacreditável. Onde estão os defensores do meio ambiente? Principalmente aqueles que se acham muito importantes, magnânimos, desenvolvidos, e estão fazendo de tudo para defender a Amazônia, querendo tomá-la do Brasil? Que vergonha para a humanidade!!!