domingo, 21 de dezembro de 2008

Realidade - A falência do extrativismo florestal


Do Blog da Amazônia

A recondução de Derci Teles de Carvalho à presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri foi o fato mais marcante da organização desde que Chico Mendes foi assassinado com um tiro de espingarda há 20 anos.

Contrariando a hegemonia política do PT e do governo estadual, a ex-militante petista, agora filiada ao PV, conduz há dois anos e seis meses o sindicato que é tão famoso quanto o nome do seringueiro que o presidia quando tombou vítima de uma emboscada em sua própria casa.

Quando presidiu o sindicato pela primeira vez (1981-1982), antes mesmo de Chico Mendes, Derci Teles de Carvalho se tornou a prim
eira mulher no país a dirigir uma organização de trabalhadores rurais.

Na quarta-feira, dois dias após a abertura da Semana Chico
Mendes, organizada no Acre para marcar os 20 anos da morte do seringueiro de Xapuri, a presidente do sindicato surpreendeu ao distribuir uma nota criticando a programação quando está em curso operação do Ibama para expulsar ocupantes ilegais da Reserva Extrativista Chico Mendes.

Contrariando apelos de Anselmo Forneck, gerente do Ibama no
Acre, Derci Carvalho distribuiu a nota para lembrar que, após dezoito anos de criação da reserva, não existe política para que os seringueiros possam viver com dignidade exclusivamente da produção extrativista.

- A pecuária só se expandiu dentro da reserva extrativista por falta dessa alternativa de geração de renda. O extrativismo florestal no Acre está falido - afirma Derci Carvalho com exclusividade ao Blog da Amazônia.

Por causa de manifestações críticas como essa, a entidade da ex-companheira de lutas de Chico Mendes foi alijada de todos os eventos organizados no
Estado para marcar os 20 anos do assassinato do seringueiro.

SEMANA CHICO MENDES

Xapuri está se preparando para receber os convidados do governo do Acre e do Comitê Chico Mendes. Nos últimos dois dias, a igreja e o meio-fio estão sendo pintados, debastado o matagal que invade as ruas e os buracos e esgotos a céu aberto sinalizados com vistosos tapumes.

Na BR-317, a placa indica a Estrada da Borracha que dá
acesso a Xapuri; ao fundo, outdoor do "governo da floresta"
com a mensagem "Chico
Mendes Vive!"

Tapumes foram instalados na rua que leva à casa ao
fundo, onde Chico Mendes viveu e foi assassinado
no dia 22 de dezembro de 1988


Detalhe do buraco e do tapume

Tapume oculta parcialmente um esgoto a céu aberto
a 20 metros de distância da Casa de Chico Mendes,
que foi tombada como patrimônio nacional


A casa de Chico Mendes

Leia a entrevista de Derci ao Blog da Amazônia clicando aqui

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Comportamento - Eh, ambientalista!


Após chegar para um seminário sobre desmatamento em um hotel de Brasília, o carro do Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, ficou por 30 minutos estacionado em duas vagas reservadas para deficientes físicos, enquanto o excelentíssimo falava ao celular aguardando a chegada de seu colega Sérgio Rezende, Ministro da Ciência e Tecnologia. É nas pequenas coisas que vemos o quanto somos conscientes.

Política – Veja quem é quem na farra dos vereadores


A vergonha nacional
Saiu em todos os jornais do país, mas não custa nada divulgarmos aqui também a listagem de votos dos senadores que votaram pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que recria 7.343 cargos de vereadores, mostrando a total falta de sensibilidade, de compromisso com a nação e de respeito ao dinheiro público e ao povo brasileiro. Lembre-se que essas pessoas são pagas pela população. Mostraram mais uma vez o quanto são abusados, cínicos e canalhas. Até quando continuarão com isso, eu não sei.

No primeiro turno o placar registrou 54 votos a favor, cinco contrários e uma abstenção. No segundo turno, o número de votos a favor subiu para 58. Votaram contra no primeiro turno: Álvaro Dias (PSDB-PR), João Pedro (PT-AM), Kátia Abreu (DEM-TO), Raimundo Colombo (DEM-SC) e Tião Viana (PT-AC). No segundo turno Álvaro Dias não votou e Cristovam Buarque (PDT-DF) completou os cinco votos contrários.

Votaram a favor:

Ada Mello (PTB-AL)
Adelmir Santana (DEM-DF)
Aloizio Mercadante (PT-SP)
Antônio Carlos Junior (DEM-BA)
Antônio Carlos Valadares (PSB-SE)
Arthur Virgílio (PSDB-AM)
Augusto Botelho (PR-RR)
César Borges (PR-BA)
Cícero Lucena (PSDB-PB)
Delcídio Amaral (PT-MS)
Demóstenes Torres (DEM-GO)
Eduardo Azeredo (PSDB-MG)
Eduardo Suplicy(PT-SP)
Expedito Júnior (PR-RO)
Fátima Cleide (PT-RO)
Flávia Arns (PT-PR)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Francisco Dornelles (PP-RJ)
Gerson Camata (PMDB-ES)
Gilberto Goellner (DEM-MT)
Gilvam Borges (PMDB-AP)
Gim Argello (PTB-DF)
Heráclito Fortes (DEM-PI)
Ideli Salvatti (PT-SC)
Inácio Arruda (PCdoB-CE)
Jayme Campos (DEM-MT)
Jefferson Praia (PDT-AM)
João Vicente Claudino (PTB-PI)
João Ribeiro (PR-TO)
José Agripino (DEM-RN)
José Nery (PSOL-PA)
Lúcia Vânia (PSDB-GO)
Leomar Quintanilha (PMDB-TO)
Magno Malta (PR-ES)
Mão Santa (PMDB-PI)
Marcelo Crivella (PRB-RJ)
Marco Maciel (DEM-PE)
Marconi Perillo (PSDB-GO)
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR)
Neuto do Conto (PMDB-SC)
Osmar Dias (PDT-PR)
Papaléo Paes (PSDB-AP)
Patrícia Saboya (PDT-CE)
Paulo Duque (PMDB-RJ)
Paulo Paim (PT-RS)
Pedro Simon (PMDB-RS)
Renato Casagrande (PSB-ES)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Rosalba Ciarlini (DEM-RN)
Roseana Sarney (PMDB-MA)
Sérgio Zambiasi (PTB-RS)
Serys Slhessarenko (PT-MS)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Valdir Raupp (PMDB-RO)
Valter Pereira (PMDB-MS)
Virgílio de Carvalho (PSC-SE)
Wellington Salgado (PMDB-MG)

Nas próximas eleições, pense bem se vale a pena você votar. Certamente, uma boa lição que poderíamos dar a esses pilantras, era não sair de casa. Seria um manifesto silencioso, mantendo as ruas e as seções de votação vazias. Não seria preciso qualquer ato de violência. Não seria preciso jogar pedras, pegar em armas, incendiar veículos, quebrar vidraças e vitrines, ferir pessoas, nada. O silêncio das ruas e das urnas vazias, seria um bom castigo para esses crápulas. No dia da votação ficaríamos todos em casa com nossos familiares, vendo televisão, fazendo um churrasquinho, descansando, enfim, não poríamos os pés nas ruas. O meu voto vale muito para ser desperdiçado com bandidos.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Sociedade - Banditismo oficial x qualidade de vida


Com o plenário lotado de suplentes, numa sessão relâmpago e em rito sumário, o Senado aprovou na madrugada desta quinta-feira a proposta de emenda constitucional (PEC) que recria 7.343 dos 8 mil cargos de vereadores cortados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2004, para reduzir gastos e adequar ao número de eleitores. Com a aprovação, pelo relator senador César Borges (PR-BA), suplentes que não foram eleitos em outubro passado poderão assumir como titulares em fevereiro, junto com os eleitos.

Um acordo de líderes permitiu pular os prazos regimentais de oito sessões entre o primeiro e o segundo turnos. A líder do PT Ideli Salvati (SC) foi a única que não encaminhou explicitamente pela aprovação da emenda. Ela liberou a bancada, mas os petistas votaram majoritariamente pela aprovação. No primeiro turno, foi aprovada por 54 votos "sim", 5 votos "não" e uma abstenção. Apenas cinco senadores foram contrários: Álvaro Dias (PSDB-PR), João Pedro (PT-AM), Kátia Abreu (PT-TO), Raimundo Colombo (DEM-SC) e Tião Viana (PT-AC).

Para liquidar a votação do primeiro e do segundo turno, e cumprir a exigência de oito sessões, o presidente Garibaldi Alves (PMDB-RN) (aquele que está pensando em reeleição para a presidência do Senado), com o apoio unânime de lideres da base e oposição, abria e encerrava as sessões umas atrás das outras. Ele se limitava a ler as PECs que estavam em votação. Outra PEC, aprovada no bolo da PEC dos vereadores, regulamentou a criação de 52 novos municípios criados depois da Constituição de 88 que estavam ameaçados de extinção.

Por essas e outras que não sobra dinheiro para a preservação do meio ambiente, para melhorar os salários dos professores e a qualidade do ensino público, para obras de saneamento básico, para a melhoria dos salários dos profissionais e do setor de saúde, para a construção de moradias populares, transportes de massa, etc. Por essas e outras que os hospitais são verdadeiros açougues, a violência toma conta das cidades e o salário não consegue garantir as condições básicas de vida da maioria dos brasileiros. Infelizmente estamos sendo governados por bandidos há muito tempo. Eles fazem as leis que nós cidadãos temos de cumprir. Eles executam e decidem os gastos com o dinheiro público da forma que bem entendem, de preferência que atenda seus interesses particulares. É o banditismo oficial. Mais um exemplo de corrupção e malversação do dinheiro público que o povo vai deixar passar. Se fosse um país sério, estariam todos fuzilados. E ainda tem gente que vota nesses crápulas. O que mais falta para um dia se dar jeito nessa gente?

Crime ambiental – Mata Atlântica: o crime continua


Um levantamento feito pela Fundação SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) entre 2005 e 2008 revela que o desmatamento da Mata Atlântica dobrou na região metropolitana do Rio. No período, o estado teve 205 hectares de floresta nativa suprimida, contra os 94 relatados entre 2000 e 2005. Os municípios de Itaboraí e Nova Iguaçu apresentaram os maiores danos. Nem as áreas protegidas e, teoricamente, monitoradas por órgão ambientais foram poupadas, como o caso do entorno da Reserva Biológica do Tinguá. A taxa anual de desflorestamento entre o período 2005-2008 aumentou 3,6 vezes comparado com o período entre 2000 e 2005.

O estudo revelou ainda o desmatamento nos estados de São Paulo e Espírito Santo, concluindo que os três estados juntos desmataram 793 hectares do Bioma Mata Atlântica. A região metropolitana de São Paulo foi a campeã de desmatamento em relação às outras duas regiões, já que nos últimos três anos, 437 hectares foram suprimidos, o que corresponde a nove vezes mais que no período de 2000 a 2005, quando o número foi de 48 hectares. No Espírito Santo, na região metropolitana de Vitória, 150 hectares foram suprimidos, sendo que 68 foram no município de Guarapari, enquanto no período anterior o número foi de 86 hectares.

Os crimes contra a Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do planeta, continuam ocorrendo nas barbas das autoridades da região mais desenvolvida do país. Imaginem o que é feito nos confins da Amazônia há décadas! E eles ficam comemorando em seus gabinetes e na mídia quando o INPE, vez ou outra, apresenta diminuição nos índices de desmatamento da Floresta Amazônica. É uma piada, para não dizer uma tragédia. Enquanto vão “flexibilizando” (pois a ordem agora é flexibilizar), os recursos naturais do país vão sendo dilapidados junto com a qualidade de vida da população que já não é muito boa há tempos também. É o retrato do descaso, da incompetência, da falência do estado. Até quando vão continuar discursando, discutindo, falando abobrinhas, quando precisa-se de ação. Investimentos! Se gabam diariamente das ótimas condições que o país apresenta, mas nada fazem para conter o avanço da destruição. Têm dinheiro para tudo. Dinheiro do povo! Para bancos, empresas, campanhas, recepções, eventos, viagens, tapioca, fumaça. Para proteger a vida é sempre muito difícil. Quando não tiverem mais o que respirar e beber, será tarde. Chega de cinismo!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Meio ambiente - Pesca é a atividade que mais sofre com danos ambientais no país


O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) avaliou o impacto de problemas ambientais nas atividades agrícola, pecuária e de pesca. O mais alto foi na pesca, citada por 22,1% dos municípios consultados.

O efeito foi mais forte no Norte: 39,2% dos municípios daquela região apontaram redução da quantidade e diversidade de peixes como conseqüência de problemas ambientais. A maior parte dos 522 municípios que não registraram problemas ambientais fica em estados do centro-sul, como Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, mas predominam nos de pequena população. Entre as cidades com mais de 500 mil habitantes, apenas Porto Alegre (RS) informou não ter enfrentado conseqüências ambientais de grande impacto.

Estranho Porto Alegre não ter enfrentado consequências ambientais de grande impacto. Deve estar o paraíso!

sábado, 13 de dezembro de 2008

Árvore do mês - GUAPURUVU (Schizolobium parahyba)


Ocorrência – do sul da Bahia até o Rio Grande do Sul.
Outros nomes – ficheira, tento, guapurubu, bacurubu, guapiruvu, garapivu, guarapuvu, pataqueira, pau de vintém, bacuruva, birosca, bandarra, faveira.
Características – árvore decídua de 10 a 30 m de altura. Tronco sem ramificação, coroa de folhas no ápice, casca lisa, acinzentada, com cicatrizes da queda das folhas, sendo que quando jovem a casca é verde e lisa; o ápice dos ramos têm pêlos glândulosos (pegajosos). Emite ramificações e grande altura para formar a copa, o que lhe confere um porte majestoso. A copa densa, com galhos regulares, forma uma abóboda perfeita. Folhas alternas, compostas bipinadas, com até 1 m de comprimento; folíolos opostos, elípticos, com estípulas que caem com o tempo. Flores amarelas, pilosas, em inflorescências densas. Fruto tipo legume, obovado, coriáceo, pardo-escuro, de 10 a 15 cm de comprimento, com uma semente, forma elíptica, brilhante e muito dura, protegida por endocarpo papiráceo. Perde totalmente suas folhas no inverno e cobre-se de flores amarelas na primavera. Só após a florada é que inicia a brotação de novas folhas. Sementes ovaladas com 10 cm de comprimento, com invólucro alado, facil de se retirar, porém extremamente dura. Outra característica é ser uma árvore de duração conhecida. Sua morte ocorre após cerca de 40 a 50 anos. Antes disto, é muito comum a queda de galhos, porque sua madeira é muito fraca. A dispersão de seus frutos e sementes ocorre pelo vento e, principalmente, pela gravidade. Um Kg de sementes contém aproximadamente 500 unidades.
Habitat - formações florestais do complexo atlântico e nas florestas estacionais semideciduais, capoeiras e roçados, raramente ocorre em áreas sujeiras a inundações.
Propagação – sementes
Madeira – branco-amarelada, com tonalidade róseo-pálida, lisa, leve, macia e de baixa densidade e durabilidade.
Utilidade – madeira usada para confecção de papeis, portas, compensados, embalagens leves, forros, palitos, canoas, brinquedos, etc. Indicada para plantios em áres degradadas devido ao seu rápido crescimento. A espécie é muito ornamental mas, pela quebra fácil da madeira, não é própria para arborização de parques e jardins com grande circulação de pessoas e veículos, nem próxima de benfeitorias. A copa produz uma sombra muito leve, o que permite o plantio da espécie em gramados ou próxima a canteiros sem prejudicar a insolação sobre as outras plantas. Indicada para plantios em áreas degradadas em razão do seu rápido crescimento e restauração de mata ciliar em locais livres de inundação. A casca do tronco tem propriedade terapêutica adstringente, sendo usada na medicina popular. Também pelo fato de possuir muito tanino, é bastante utilizado em curtumes. Suas flores fornecem pólen e néctar, com 29% de açúcar e mel fluído e perfumado. Seus galhos são preferidos para a nidificação do pássaro joão-de-barro.
Florescimento – agosto a dezembro
Frutificação - março a junho
(Fonte: Vivaterra)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Meio ambiente – Pesquisa do IBGE mostra mais de 90% dos municípios com problemas ambientais


De acordo com o levantamento, queimadas, desmatamento e assoreamento de corpos d'água são os problemas mais comuns. O estudo mostra que as queimadas foram citadas por 54,2% dos gestores municipais. O desmatamento, por 53,5%. E os assoreamentos, por 53%. O assoreamento tem como causas o desnudamento dos solos, ocasionados, em geral, por queimadas e desmatamento.

A poluição da água é pred
ominante nos municípios das regiões mais urbanizadas e economicamente mais desenvolvidas: Sudeste (43,6% dos municípios) e Sul (43,2%). Já a escassez de água foi mais apontada pelos municípios do Sul (53,5%) e do Nordeste (52,3%).

A pesquisa revela também que apenas pouco mais de um terço (37,4%) dos municípios dispõe de recursos financeiros específicos para viabilizar ações na área ambiental e menos de uma em cada 5 prefeituras tem estrutura adequada para lidar com esse tipo de problema.

Cerca de 33% dos 5.564 municíp
ios brasileiros declarou presença de favelas, mocambos, palafitas ou assemelhados dentro de seu território e a incidência de favelas é maior nos municípios mais populosos. Dos 37 municípios com população acima de 500 mil habitantes, só Cuiabá informou a inexistência de favelas.

Na área de transportes, a pesquisa mostra que, no período de 2005 a 2008, foi registrado um crescimento no percentual de municípios que possuem transporte por barco (de 9% para 10,5%), metrô (de 0,2% para 0,3%), mototáxi (de 47,1% para 52,7%), táxi (de 76,7% pra 81,5%) e van (52,3% para 59,9%), enquanto o transporte coletivo por trem caiu de 1,9% para 1,5%. O metrô está presente em 15 municípios (todos com mais de 50 mil habitantes), sendo o maior percentual naqueles com mais de 500 mil habitantes (29,7%).

Esse é o retrato caótico do país. Não dá para se esperar muito de uma nação que cuida do meio ambiente dessa forma. Na pesquisa muito se fala sobre a contaminação do solo e dos recursos hídricos por agrotóxicos e adubos químicos, mas pouco ou nada se fala sobre a questão do tratamento de resíduos
sólidos, certamente o maior problema a ser enfrentado pela grande maioria dos municípios brasileiros. É muito difícil atualmente, encontrarmos um município que não sofra deste problema.

A origem de tudo está simplesmente na ausência de políticas eficazes de distribuição de renda e educação. Essa tal “crise” que os jornalistas continuam insistindo (aliás, eles ainda não enxergaram que já estão passando dos limites e fazendo um papel deplorável. Como são medíocres!) para desestabilizar governo, de quebra continuar tentando manipular a população e vender mais notícias, deveria servir para que a população (consumidor, contribuinte, empresário, etc.) e governantes começassem a refletir sobre um novo modelo econômico e formas mais racionais de consumo. Mas o que se vê é o contrário. Governantes fazendo de tudo para se aumentar o consumo a qualquer preço, liberando mundo a fora trilhões de dólares e de euros para salvar bancos e mega- indústrias, dentre outras medidas que não parecem vir de uma espécie que se diz racional. É a crise dos “barriga cheia”. Que crise é essa? Nunca se viu tanta mobilização para tentar se acabar com a miséria e a fome no mundo como estamos vendo para se resolver problemas econômicos da minoria de “barrigas cheias”. Com muito menos (pelo que se estima, U$ 120 bilhões), o problema da fome e da miséria no planeta estaria resolvido.

Os abastados não querem deixar de continuar ganhando, pois perder eles nunca o fazem, não pode acontecer isso. Ganhar, ganhar e ganhar. Espoliar, espoliar e espoliar. Esse é o lema desses que estão fazendo de tudo para “resolver” a “crise internacional”. Isso nada mais é do que falta de vergonha na cara, é descaramento, é cinismo, é brincar com a vida humana. Falta de humanidade, de consciência. É inadmissível o que ocorre no mundo e, particularmente no Brasil, no que diz respeito à distribuição de renda. É inconcebível poucos, muito poucos, continuarem acumulando bilhões em suas contas bancárias e a grande massa viver sem as mínimas condições. É inadmissível continuarmos vendo o crescimento da pobreza e não o de uma classe média como querem nos empurrar goela abaixo. Está surgindo sim, uma “classe média” de miseráveis, sem educação, sem consciência, que contribuirá em muito para aumentar o contingente de pobres no planeta e aumentar cada vez mais o fosso entre a miséria e a riqueza. É impressionante a quantidade de empresários e banqueiros que sempre viveram às custas da exploração do próximo, com rendimentos, salários e lucros estrondosos, virem à frente da televisão para se aproveitarem da oportunidade de tirar cada vez mais dinheiro dos governos (dos governos não, dos contribuintes – a grande massa), cujos dirigentes, em sua maioria estão comprometidos uns com os outros. Essa é a “crise dos amigos abastados”. O pensamento central é: “temos de ajudar nossos amigos agiotas, exploradores, inescrupulosos, pois senão deixaremos de continuar ganhando, de termos nossas comissões, de termos financiamento para nossas campanhas políticas. Temos que continuar ganhando, explorando, espoliando, senão entraremos em recessão, em depressão!”. Querem comparar ainda, o momento que vivemos, com a crise de 1929, quando milhares de pessoas deram fim a suas vidas com um tiro na cabeça. Crise é aquele momento em que está faltando comida, combustível, dinheiro, emprego, a ponto de desestruturar toda uma nação, região ou seja la o que for. É aquele momento que o povo tem de entrar na fila para conseguir um litro de leite, de água, um pedaço de pão ou um quilo de arroz. É um pós-guerra, por exemplo. Isso é crise! Alguns podem dizer que crise é o que está passando os famintos da África, da Ásia e da América Latina. Não senhores, isso também não é crise. Isso não é um momento. Isso é uma eternidade. Essa gente vem sofrendo há séculos em decorrência da ganância dos povos mais ricos. O que vêm passando os povos miseráveis desse planeta não é mais crise. Não um momento, uma fase de dificuldades. É uma vida. É desumanidade, falta de escrúpulos, por parte daqueles que só pensam e sabem acumular e consumir desenfreadamente. Puro egoísmo.

Esses jornalistas e especialistas (tão especialistas que não conseguiram prever a quebra desses bancos, o problema que as tais hipotecas poderiam causar, além do tamanho da tal "crise") descarados, continuam tentando incutir na mente da população que o nível de consumo neste Natal será um dos piores dos últimos tempos, mas o que vemos na realidade é outra coisa totalmente diferente do que eles dizem! Semanas atrás, americanos se mataram para consumir em frente ás portas de lojas de departamentos. Aqui no Brasil, os empresários do comércio estão prevendo crescimento de 40% do consumo em relação ao ano passado. É o verdadeiro caos! Ninguém sabe de mais nada. Essa semana tivemos contado com um corretor imobiliário que atua no bairro da cidade do Rio de Janeiro com maior número de lançamentos. Ele nos disse que nunca vendeu tanto na vida. Lançamentos são feitos e comercializados quase que totalmente no primeiro dia. Os feirões de automóveis estão lotados. Onde está a falta de crédito? Continuam financiando tudo a perder de vista. Continuamos a fazer a pergunta que não quer calar. Onde está essa tal "crise"?

Sem distribuição de renda justa, não teremos nunca educação suficiente para respeitarmos a natureza da qual fazemos parte. Sem distribuição de renda e educação, nunca teremos saúde, habitação, transportes dignos, alimentação saudável, segurança, meio ambiente equilibrado e, principalmente, empresários, banqueiros, políticos e governantes honestos, realmente comprometidos com os interesses comuns e equilíbrio das nações.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Crime ambiental - PROCURA-SE

O governo americano apresentou um novo tipo de lista de mais procurados. São os fugitivos ambientais, acusados de atacar a natureza, por contrabandear produtos químicos que corroem a camada de ozônio, jogar lixo tóxico nos rios e nos mares, comercializar em carros poluentes, dentre outras peripécias.

Na lista de inimigos públicos do FBI, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) foca crimes ambientais e apresenta uma lista de 23 fugitivos, contendo fotos e uma descrição das acusações feitas. Segundo o FBI, as pessoas listadas representam "o universo descarado das pessoas que estão fugindo da lei". Muitos estão sob risco de anos de prisão, e algumas das acusações podem resultar em centenas de milhares de dólares em multas.


Um deles é John Karayannides, acusado de orquestrar o despejo de 487 toneladas de trigo contaminado com óleo diesel no mar do Sul da China, em 1998. Acredita-se que ele tenha fugido para a Grécia. Também em fuga está a dupla de pai e filho Carlos Giordano e Allesandro Giordano, presa em 2003 por dirigir uma importadora de veículos que trazia para os EUA carros fora do limite de poluição do país. Acredita-se que estejam na Itália.

Já imaginaram o tamanho da lista da Polícia Federal se fosse aqui no Brasil? Quantos presídios a mais teriam que ser construídos?

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Meio ambiente – A verdade sobre as bromélias e a dengue


É tanta besteira que se ouve falar por muitos que deveriam estar informando mas insistem em continuar desinformando diariamente a população, que resolvemos escrever alguma coisa relacionada a um dos temas que mais chamam a atenção ultimamente, com toda a razão: a dengue. E dentre as besteiras que ouvimos todos os dias, uma das mais absurdas é de que as bromélias são verdadeiras propagadoras do mosquito Aedes aegypti. Coitadas das bromélias! Face o avanço da dengue, se tornaram alvo de suspeitas como possíveis focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da moléstia. Baseando-se nas orientações colocadas à disposição da população no site da Sociedade Brasileira de Bromélias – SBBr, visando colaborar no esclarecimento da população sobre a veracidade das informações veiculadas na mídia sobre o tema, procuramos contribuir na divulgação da verdade para que não mais uma injustiça seja cometida com a natureza e danos maiores venham a acontecer. A Sociedade Brasileira de Bromélias - SBBr - é uma entidade civil, sem fins lucrativos, que reúne estudiosos, cientistas, admiradores, colecionadores e produtores de bromélias do Brasil (nativas) e de outros países (exóticas).

O tanque que algumas bromélias desenvolvem no imbricamento de suas folhas NÃO É UMA POÇA D'ÁGUA. Ela é SIM, UM POÇO DE VIDA. A diferença é que uma poça d'água (pratinhos, pneus, garrafas e plásticos), ainda que possa abrigar OCASIONALMENTE algumas formas de vida, é uma água parada, um ambiente inerte. Difere completamente do tanque da bromélia, que é uma estrutura vital da planta e assim como os intestinos dos animais, abriga MUITAS formas de vida, das quais ela depende para se nutrir e sobreviver.

A poça d’água é formada pelo armazenamento ao acaso. A água da chuva passa a ser rapidamente colonizada pelos organismos menos especializados. Em ecologia, chama-se isso EUTROFICAÇÃO. A partir de alguns poucos nutrientes, surgem determinadas algas e bactérias (POUCAS ESPÉCIES, ALGUMA QUANTIDADE). Em poucos dias, aparecem as larvas dos mosquitos, entre eles, o Aedes aegypti. Essa fase dura pouco. A água se turvará, se não chover, ou secará.

As bromélias tanque-dependentes começam a guardar água antes de seu primeiro ano de vida. Essa água, protegida pelo ambiente das folhas, se transforma num pequeno mas rico ecossistema em muito pouco tempo. POUCA ÁGUA SE EVAPORA DAÍ, MUITA É CONTINUAMENTE ABSORVIDA PELA PLANTA, suprindo-a com nutrientes e evaporando pela superfície da folha. A sucessão de formas de vida é muito intensa e o resultado é uma CALDA repleta de organismos (MUITAS ESPÉCIES, GRANDE QUANTIDADE) que competem entre si, numa cruenta interdependência ecológica.

Muitos colecionadores ficaram
alvoroçados com a ameaça do dengue e passaram a monitorar de forma obsessiva suas plantas. O resultado foi surpreendente: PRATICAMENTE NÃO FORAM ENCONTRADAS LARVAS DE AEDES AEGYPTI. Mesmo aqueles que não aplicavam inseticidas, não encontravam larvas do Aedes aegypti em suas plantas. Coleções grandes e, especialmente aquelas situadas próximo às florestas, não acusavam a presença do mosquito e, quando eram encontradas larvas, pertenciam a mosquitos dos gêneros Culex e Anopheles, nativos de nossa fauna.

Habitado por um vigoroso pool de formas nativas de vida e sujeito à constante substituição biológica de suas águas, O POÇO DE VIDA DAS BROMÉLIAS NÃO É CRIADOURO ADEQUADO PARA O AEDES AEGYPTI, UM MOSQUITO EXÓTICO. A água parada das poças (pratinhos, pneus, vidros e garrafas), com ecologia mais pobre, é o local ideal para a proliferação do mosquito do dengue.

AS BROMÉLIAS NÃO SÃO CRIADOUROS PREFERENCIAIS DO
AEDES AEGYPTI. À mercê de um enorme descuido das autoridades de saúde, a ordem agora é enfrentar o mosquito e não deixar que as bromélias sejam estigmatizadas e transformadas em bodes expiatórios. Nesses últimos tempos em que a dengue fugiu ao controle, haja visto a última epidemia ocorrida no ano passado na cidade do Rio de Janeiro, ninguém deve correr riscos. Preconiza-se hoje o sexo seguro, sempre com a camisinha, para se evitar a escalada da AIDS, mas não se condena o amor. Pois com as plantas é da mesma forma: vamos continuar tendo nossas bromélias, como é de direito de todos, mas sempre com a máxima responsabilidade.

Mesmo sabendo que a bromélia não é uma das responsáveis pela proliferação do mosquito, a SBBr em cooperação com a Comlurb, orienta a população para soluções simples e eficientes que devem ser tomadas por aqueles qu
e admiram uma das maiores maravilhas da natureza: a bromélia. Veja a seguir, o que você pode fazer para cuidar de suas bromélias:

Para pessoas que possuem poucas plantas em casa ou no apartamento:

- Deverão ter sua água trocada pelo menos duas ou três vezes por semana. A água deverá ser entornada sobre a terra ou longe dos ralos;

- Regar as plantas com uma calda de fumo (fumo de rolo ou de cigarro colocado em dois litros d'água de um dia par
a outro ou fervido) ou com solução de água sanitária (uma colher de chá de sanitária para um litro d'água) duas vezes por semana;

- Também recomenda-se a aspersão de todo o ambiente onde estão as plantas com inseticida aerosol piretróide, com propelente à base de água (evitar aqueles com querosene) duas vezes por semana;

- Se possível, utilize todas essas medidas em conjunto para segurança total.

Para bromélias plantadas no chão, em residências ou condomínios, recomenda-se o inseticida ecológico rural, da Natural Camp (Tel: 0800-161131 - testado e aprovado pela Comlurb) que deve ser pulverizado uma vez por semana. Não há perigo para animais domésticos ou para o homem.

Para acabarmos com o mosquito, o controle deverá ser permanente, quebrando o ciclo do mosquito. Os ovos do Aedes aegypti ficam viáveis por até 400 dias e, com isso, se não houver atenção até o ano seguinte, ele retornará ainda pior em todos os focos conhecidos. O combate a esses focos é possível e não obriga a destruição de plantas de qualquer natureza. A legislação ambiental protege as bromélias da natureza pois reconhece a sua importância nos ecossistemas. É crime ambiental, inafiançável, extrair ou destruir bromélias dos ambientes naturais!

É bom lembrar ainda que a proliferação descontrolada de determinadas espécies (quando são consideradas “pragas”), nada mais é do que um desequilíbrio ecológico, na maioria das vezes, causado pelo homem. O que vemos normalmente, principalmente nas áreas urbanas, é cada vez mais a diminuição das áreas verdes, com o corte de árvores indiscriminado (muitas vezes com a conivência do Poder Público), a captura de animais silvestres (principalmente pássaros e micos que se alimentam de mosquitos ajudando a equilibrar suas populações), e o uso indiscriminado de agrotóxicos, como o famoso e sempre requisitado pelos mais desinformados, “fumacê”, que comprovadamente não contribui em nada para a diminuição da população de Aedes aegypti, mas sim para diminuir a população de outras espécies concorrentes desse mosquito. O homem precisa aprender a respeitar a natureza. Precisa parar de destruir. Para não destruir, precisa aprender a consumir, precisa aprender a não ser ganancioso. Chega de destruição. Chega de crescimento descontrolado.

Ninguém precisa desfazer-se de suas bromélias. Elas são fonte de beleza, de equilíbrio, de racionalidade, e a natureza certamente agradecerá.

Diferenças entre CULEX e AEDES:

CULEX


- Faz barulho;
- Inseto de hábito noturno. Pica à noite. As fêmeas precisam de sangue para se alimentar e também formar seus ovos. Permanecem em repouso durante o dia e começam sua atividade ao entardecer. Os machos se alimentam de plantas;
- Fêmea coloca os ovos em água parada e suja;
- Criadouros: remansos de córregos, rios, recipientes, água suja, piscinas não tratadas;
- É um mosquito pequeno que tem cor de palha podendo apresentar algumas manchas brancas nas pernas. Suas asas não possuem manchas e o seu dorso é pardo-escuro com escamas amarelas;
- Não é considerado vetor de microorganism
o patogênico, porém algumas pessoas podem apresentar sintomas alérgicos no local das picadas.

AEDES

- É silencioso;
- Inseto de hábito diurno. Pica durante o dia. Os machos nutrem-se de seiva de plantas e as fêmeas, assim como o Culex, também se alimentam de sangue. A postura dos ovos ocorre geralmente na parede dos recipientes com água limpa e sombreada, próximo à linha d'água. Estes ovos podem permanecer viáveis por vários meses até um ano;
- Somente a fêmea é hematófaga;
- Pode transmitir doenças como Dengu e Febre Amarela;
- Criadouros: latas, pneus, pratos de vasos, caixas d'água, garrafas, plantas aquáticas etc;
- O mosquito adulto tem coloração escura, com anéis brancos nas pernas e manchas prateadas nas laterais do abdômen. Na parte superior do tórax e na cabeça existem algumas manchas brancas que os diferenciam das demais espécies.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Animal do mês - CORRUPTO (Lysiosquilla scabricaud)


Características – chega a atingir cerca de 25 cm de comprimento. O primeiro par de patas, muito desenvolvido, é usado tanto para atacar a presa como para se defender. O urópodo, quando aberto, também funciona para defesa, fechando a galeria em que o animal está instalado.
Habitat – fundo lodoso ou arenoso
Ocorrência – litoral do Brasil.
Hábitos – cava seus buracos ou aproveita-se dos orifícios deixados por outros animais para neles se instalar.
Alimentação – carnívora, alimentando-se de camarões, caranguejos, moluscos, peixes e até mesmo animais da mesma ordem.
Reprodução – a fêmea desova no local onde se abriga e, em caso de perigo, enrola os ovos como uma bola, prendendo-os junto ao corpo até encontrar um abrigo mais protegido.
Ameaças – é muito utilizado como isca para pesca de robalo. Poluição e destruição do habitat são as principais ameaças. (Fonte: Vivaterra)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Mercado - Bovespa exclui Petrobras do índice de empresas sustentáveis


A lista de empresas que integram o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), indicador da BM&Bovespa formado por ações de companhias que apresentam alto grau de comprometimento com sustentabilidade e responsabilidade social, excluiu a Petrobras neste ano. Na mesma fila, ficaram de fora a empresa de celulose Aracruz, Companhia Paranaense de Energia (Copel), Iochpe-Maxion, indústria de componentes automotivos, Weg, fábrica de motores elétricos e CCR Rodovias, concessionária que administra a Ponte Rio-Niterói, a Via Dutra, a Via Lagos e as principais estradas de São Paulo.

ONGs e Secretarias Estaduais do Meio Ambiente encaminharam em outubro uma carta ao presidente do Conselho Deliberativo do ISE pedindo que a Petrobras fosse excluída da carteira. A decisão mostra que não basta que as empresas sejam viáveis economicamente, elas precisam de uma licença junto à sociedade para operar com responsabilidade socioambiental. Um dos principais argumentos apresentados contra a presença da Petrobras no ISE foi o descumprimento da resolução 315 do Conama, que determinou, em 2002, a diminuição dos níveis de enxofre no diesel brasileiro a partir de 2009.

Passou da hora de mostrar quem é quem nesse mercado que se diz verde. Chega de usar o meio ambiente e ações sociais como instrumentos de marketing para encobrir as mais tradicionais e conservadoras formas de agir e lucrar. Chega de maquiagem ambiental. Os lucros dessas e muitas outras empresas, principalmente bancos, são astronômicos perto dos irrisórios investimentos que se gabam fazer na área sócio-ambiental. A lista deveria ser muito maior.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Crime ambiental - PF age contra a caça e o tráfico de animais em Tinguá


A floresta da Reserva Biológica do Tinguá, uma das maiores áreas de Mata Atlântica do estado do Rio de Janeiro, com sede no município de Nova Iguaçu (a reserva tem 24.903,00 ha, abrangendo áreas dos municípios de Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Petrópolis, Miguel Pereira e Vassouras), foi vasculhada pela Polícia Federal à procura de caçadores e traficantes de animais silvestres. A operação foi exibida no programa Fantástico desse final de semana.

Investigações mostraram a localização exata dos acampamentos dos caçadores e traficantes. Com acesso difícil, os policiais têm que andar na mata como se estivessem andando em um campo minado, pois os criminosos montam armadilhas nas trilhas frequentadas pelos animais, muitas delas com material explosivo como o conhecido “trabuco”. Quem pisar num desses pode perder uma perna ou até a vida.

Oito acampamentos foram localizados e destruídos e, com a utilização de detectores de metais, os agentes buscaram possíveis armas enterradas na área, já que a investigação revelou que os criminosos se utilizam desse artifício para evitar o transporte de armas para a reserva. Ninguém foi preso. Havia vestígios confirmando que as quadrilhas costumam passar dias escondidas na mata, confirmando mais uma vez o que já era de conhecimento de todos.


Há pouco mais de um ano, a Polícia Federal investiga a Região do Tinguá. Nos últimos quatro meses, mais de 2.000 animais foram “recuperados” (a maioria morre) e 30 pessoas foram presas. Segundo os agentes, há 15 dias foi preso um indivíduo com 600 papagaios. Reincidente, já foi preso pelos mesmos agentes três vezes mas logo é solto. Para que ele permaneça preso, é preciso vinculá-lo à formação de quadrilha. A legislação brasileira, nesse aspecto, é falha.

Os caçadores lucram com a venda da carne silvestre a comerciantes da região e os traficantes com a venda da maior parte de suas capturas às feiras da região, principalmente a Feira de Caxias, muito conhecida de toda a população e de todas as autoridades, pois existe há mais de 50 anos como pólo de comercialização ilegal de animais silvestres no estado do Rio.

Ambientalistas calculam que 12 milhões de animais são retirados por ano dos diversos ecossistemas do país. Apertados em gaiolas minúsculas, 90% morrem antes de chegar ao destino. O tráfico de animais silvestres é o terceiro maior comércio ilegal do mundo, só perdendo para o tráfico de drogas e de armas.

Mais uma vez, a ação da PF vem confirmar o que todos ambientalistas e organizações não governamentais da região denunciam há décadas. O problema da caça e tráfico de animais na Rebio nunca foi encarado seriamente. Isso que essa é uma unidade de conservação dentro da Região Metropolitana de uma das maiores, importantes e mais desenvolvidas cidades do país. Imaginem o que está ocorrendo por esse Brasil a fora, em unidades de conservação que não contam com qualquer estrutura para fiscalização e gestão. A situação das unidades de conservação brasileiras é o retrato da falência dos órgãos ambientais (federais, estaduais e municipais) e do descaso das autoridades para com o meio ambiente.

domingo, 16 de novembro de 2008

Construção verde - Sky Village: A nova aldeia vertical de Copenhagen


O município de Rødovre de Copenhague, Dinamarca, anunciou recentemente a Sky Village como o vencedor do concurso Rødovre Arranha-céu. O projeto vencedor foi concebido por uma parceria de escritórios de arquitetura, a MVRDV e a ADEPT. A torre terá 116 m de altura e acomodará apartamentos unifamiliares, um hotel, escritórios, estacionamento, um parque público e uma praça.

Com área útil de 21.688 m2, o novo
arranha-céu será localizado em Roskildevej, uma grande artéria leste do centro de Copenhagen. O projeto é baseado em uma grade flexível, permitindo possíveis modificações de rearranjo das unidades. O prédio pode ser transformado de acordo com a demanda do mercado imobiliário. Essa flexibilidade de adaptação é uma das principais características de um edifício sustentável.

Cada “unidade pixel” mede 60 m2 e estão ligadas ao núcleo central da super-estrutura. Isto cria uma concepção estratégica de bairro empilhado, uma aldeia vertical, o que eles chamam de Sky Village. Consiste em três núcleos agrupados permitindo acessos distintos para os diferentes segmentos do projeto, integrando as mais avançadas tecnologias para satisfazer e adequar o dinamarquês às normas ambientais.

O topo do edifício será ocupado por um hotel, onde o hóspede poderá desfrutar a vista panorâmica do centro da cidade. O projeto inclui um sistema de reciclagem de água, a utilização de 40% de concreto reciclado nas fundações e uma variedade de dispositivos que produzirão energia a partir da fachada da torre.


Um parque público anexo conta com bastante vegetação, trilha, playground, área para picnic e área para exercícios físicos, sempre privilegiando os jovens e os idosos.

sábado, 15 de novembro de 2008

Meio Ambiente – A nuvem que mata


Algumas das piores previsões sobre os efeitos da poluição se concretizaram na Ásia sob a forma de uma nuvem gigante. Ela é marrom e se estende da Península Arábica à costa do Pacífico e tem cerca de três quilômetros de espessura. Um relatório das Nações Unidas apresentado na quinta-feira alertou que a nuvem mudou o clima local, causa perdas à agricultura e escurece o céu de muitas cidades. Pequim, Bangcoc, Cairo, Nova Délhi, Seul e Teerã são considerados pontos críticos. Estima-se que 340 mil pessoas morrem prematuramente a cada ano somente na Índia e China devido a doenças respiratórias, cardiovasculares e cânceres associados à péssima qualidade do ar.

A nuvem é um coquetel de fuligem, substâncias químicas tóxicas, ozônio e outros gases expelidos por indústrias, usinas a carvão, um número crescente de veículos e na queima de florestas e campos agrícolas. O uso intensivo de fornos à lenha em muitos países asiáticos também contribui para a formação da nuvem.

Paradoxalmente, a nuvem tem enfraquecido os efeitos do aquecimento global na região. Ela contém partículas que refletem os raios solares, diminuindo a capacidade da superfície em reter calor. Se a nuvem se dispersar, a temperatura global poderia subir 2º C.

E eles querem continuar fazendo a economia crescer a cada ano, e preocupados com a possível recessão, agora estão estimulando o consumo. Será que ainda não conseguiram perceber que o crescimento nesses moldes é planetariamente impossível?

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Construção ecológica - Passarela e praça ecológicas em São Paulo


Sustentabilidade é a tônica da passarela de pedestres sobre a Avenida Eusébio Matoso, executada em parceria com a prefeitura de São Paulo e o Unibanco, em Pinheiros, na zona oeste da cidade.

O projeto foi idealizado como um modelo de intervenção pública sustentável, de maneira a provocar o menor impacto ambiental possível.

A obra, com 95 metros de extensão, usou madeira plástica nos painéis laterais, piso de borracha reciclada – que retira pneus dos aterros sanitários - e telhado verde, que propicia conforto térmico, diminui ilhas de calor nos centros urbanos, além de reter e filtrar a água de chuva.


A estrutura de parte do telhado é de bambu e a área sob a passarela, que era apenas cimentada, virou uma praça, com projeto paisagístico que privilegiou as árvores nativas já adaptadas à cidade.

Outra preocupação foi aumentar as possibilidades de absorção da água de chuva, já que a impermeabilidade do solo é uma das principais causas de enchentes. Por isso, o piso escolhido para a praça é drenante. Os bancos foram feitos a partir das sobras de madeira plástica dos painéis.

Para permitir a acessibilidade dos portadores de necessidades especiais, praça e a passarela são ligadas por elevadores, cuja caixa foi feita de aparas de tubo de creme dental.

Bela idéia para multiplicar pelas cidades do país. (Fonte: Ambiente Brasil)

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Meio ambiente – O triste retrato da falência dos órgãos ambientais no Brasil


Está circulando na internet o desabafo do Chefe do Parque Nacional da Chapada Diamantina, Analista Ambiental Cezar Neubert Gonçalves, unidade de conservação que no momento está sendo consumida pelo fogo. O texto mostra a situação catastrófica dos órgãos ambientais federais e mostra como é irresponsável a forma como é tratado pelas autoridades o meio ambiente no Brasil. Infelizmente o meio ambiente é bandeira de marketing para políticos de todos os níveis nesse país. Natureza não sai da retórica desses senhores que são sustentados pelo povo e que são votados pelo povo. Recebemos o texto e divulgamos na íntegra a seguir:

”Há momentos na vida em que precisamos fazer balanços e avaliar nossos rumos, para vermos que direção iremos tomar. Hoje, completo 39 anos e dentro de quatro dias completarei seis anos de serviço no IBAMA/ICMBIO. E sou obrigado a concluir que foram seis anos perdidos. Tudo o que fazemos é inútil. Este parque nacional perdeu o sentido de existir. Exagero? Mais de 50.000 ha queimados só dentro do PNCD, fora as áreas ao redor. Toda área do PNCD ao sul de Mucugê foi destruída. Isto significa que provavelmente algumas espécies endêmicas do parque foram extintas. Entre os animais, os pequenos mamíferos vão morrer de fome, pois não há o que eles possam comer. As aves, que estavam nidificando, devem ter perdido suas crias. Esta é uma tragédia sem precedentes. De minha parte, fica a sensação de impotência e de ter trabalhado todo este tempo em vão. Todos os esforços para elaborar o plano de manejo da unidade, todo o esforço para ver se saímos do atoleiro burocrático das questões fundiárias, todos os outros trabalhos, tudo sem sentido. Isto não é vida.

O que causa isto tudo? A verdade é que a gente faz de conta que administra um parque nacional. Ou alguém em seu juízo normal pensa que uma área com 152.000 ha, com mais de 100 famílias morando dentro, cercada por cinco cidades que, de alguma forma, dela se utilizam para atender a suas necessidades, pode ser administrada por cinco analistas ambientais e está tudo bem? Pelo que eu ouvi de um colega de Brasília, decerto sim, pois ele teve o despautério de me dizer que nos EUA as UC federais tem apenas um servidor federal, o resto é estadual ou municipal, ou mesmo particular (umas três mil pessoas). Bem, três mil pessoas é provavelmente muito mais que todo o efetivo da Secretária de Meio Ambiente do Estado da Bahia. Mas este colega vive realmente em outro mundo, já que queria que participássemos de uma reunião fora daqui e se sentiu ofendido quando dissemos provavelmente não poderíamos mandar ninguém devido a tragédia que enfrentamos.


É esta maldita divisão do IBAMA/ICMBIO? O setor do IBAMA que cuida do combate aos incêndios já não vai mais atuar nas UCs no ano que vem. O setor do ICMBIO que cuida disso conta com três ou quatro pobres coitados que vão ter que rebolar para dar conta dos problemas. E quando chegar outubro do próximo ano? Não vou usar palavras de baixo calão, mas dá vontade. O IBAMA da Bahia não está nem aí para a questão do fogo. E a estrutura do PREVFOGO, vão fazer o que com ela? Formar brigadas municipais na Amazônia, como fizeram este ano. E aí tome chamar os colegas no meio da temporada de incêndio para ministrar cursos em outras partes do País, porque faltam instrutores, como também aconteceu este ano, quando nosso gerente de fogo teve que vir às pressas de Sergipe para onde tinha sido mandado, contra a nossa vontade, para dar apoio a outras UCs. Nada contra apoiar outras UCs, mas no meio da temporada de fogo?


E o Equipamentos para os brigadistas? Fora o problema dos coturnos de má qualidade, que pode acontecer, fica a questão dos voluntários, que até agora não receberam os EPIs. Já mandamos diversas vezes listagens e mais listagens com as relações dos voluntários, mas nada!! E temos 150 caras apagando fogo dentro da UC sem equipamento. No dia em que um deles se machucar feio, quero ver quem vai se responsabilizar. Isto sem falar no tal seguro, que era para vir e até agora nada.


O que ficamos vendo, o tempo inteiro, são nossos superiores imediatos batendo cabeça, atolados em mil coisas a fazer, sufocados no meio da loucura destas instituições falidas. Muitos têm até boa vontade, nem que seja para dizer que, no meio desta desgraça, alguma coisa boa vai acontecer. Duvido. Na verdade, acho que era hora de pensar em acabar com esta falácia e extinguir o PNCD. Podemos criar uma outra coisa no lugar, como uma FLONA. Estou tentando ser pro-ativo e salvar alguma coisa. Com a FLONA, nós poderíamos corrigir uma série de problemas que hoje, com o parque, são impossíveis, como regularizar a extração mineral na área, manter as comunidades, organizar a coleta de sempre-vivas, produzir mudas de espécies nativas, manter e ordenar a visitação, e até fazer o fundo de pasto em áreas de gerais. Não mudaria muito em relação ao que já existe hoje, além de aproveitar muito do trabalho já feito no PNCD, apenas adaptando o plano de manejo e fazendo a regularização fundiária. E para nós, que vivemos aqui, seria uma vida muito mais fácil e feliz.


Ou alguém acha que nós gostamos de ficar, como meus colegas, 10 dias seguidos sem ver filhos e esposas? Vendo seu filho acordar de manhã e dizer "adeus, papai" ao invés de "bom dia"? Isto sem contar com a revolta de brigadistas e outras pessoas da comunidade, que recaem sobre nós. É o caso de um dos lideres de brigada que já lançou manifesto na internet, como sempre atacando pessoalmente os servidores. Coitado! Sempre errando o foco! Não consegue perceber que o problema é mais em cima. Poderia ser quem fosse aqui, qualquer liderança ou chefe, o problema seria igual, porque o problema é estrutural: os órgãos é que são falidos! Além disto, o belo movimento de brigadas voluntárias que temos aqui só existe aqui - e este é seu problema: como vamos conseguir convencer os chefes dos irmãos siameses ICMBIO/IBAMA que isto é importante, se os outros 65 parques nacionais funcionam sem elas? E eles nem conseguem implantar políticas gerais para todas as UCs, quiçá fortalecer e melhorar uma única experiência local. É um desafio conjunto. Mas quando não dá certo, o jeito é bater em quem está mais perto, mesmo que seja peixe pequeno neste mar de tubarões em que vivemos.


No estado de espírito em que estou agora, é provável que eu fosse para qualquer lugar onde quisessem me mandar (menos a Amazônia - se aqui é o inferno, lá é onde mora o diabo - quem trabalha lá sabe). É provável que amanhã eu mude de idéia. Mesmo a vontade de chutar o balde e me demitir também não deve se concretizar - tenho duas filhas em quem pensar e uma esposa que está estudando para concretizarmos um projeto, agora não é hora. Vou levar a vida e fazer o meu trabalho, mesmo sabendo que não serve para nada. Não tem jeito, por enquanto.


Finalmente, preciso deixar claro que tudo o que disse aqui é minha opinião pessoal. Eu vou utilizar os recursos disponíveis no parque, à revelia de meu chefe, para enviar esta correspondência, mas ele não sabe do teor - vai saber, é claro. E minha revolta é grande, mas acho que vou superar. Feliz aniversário, Cezar! Os que estão em casa agora, curtindo seu fim de semana, se puderem, lembrem de mim e de meus colegas. Mas duvido que isto vá acontecer. Amanhã, devo receber umas ligações de superiores dizendo: o que isto, Cezar? Você tem que ser mais político! Bom, venham para cá, no nosso lugar, que nós seremos mais políticos.


Cezar Neubert Gonçalves

Analista Ambiental”


Não vamos nem comentar. Se alguém achar que precisa de comentários, o espaço está aberto como sempre.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Crime ambiental - Mais dois presos por tráfico de animais


Mais duas pessoas foram presas com 400 pássaros entre curiós e coleiros durante uma operação da Polícia Federal na Rodovia BR-485 (antiga Estrada Rio/São Paulo), na altura de Seropédica, RJ. Na ação, que aconteceu na manhã desta segunda-feira, Antoniel Oliveira da Silva, de 33 anos e Isaac da Silva Rodrigues, de 22 anos, foram presos em flagrante por estarem com os animais.

Os pássaros apreendidos eram provenientes do Pará, e seriam vendidos nas feiras de Duque de Caxias e Honório Gurgel. Os policiais fizeram o cerco após denúncia anônima e conseguiram encontrar os homens com os pássaros.

Os homens foram levados para a superintendência da Polícia Federal na Praça Mauá, responderão a processo por receptação qualificada de animais e poderão pegar até oito anos de prisão.

Mais uma vez, o destino final é a Feira de Caxias! Precisa dizer mais alguma coisa?

Animal do mês - Curió (Oryzoborus angolensis)


Características – também conhecido como avinhado, mede em torno de 13 cm de comprimento, com macho apresentando plumagem preta no dorso e castanha na parte inferior. A fêmea possui pelagem pardacenta mais escura no dorso. Bico cheio e corpo robusto.
Habitat – beira da mata e pântanos
Ocorrência – em todos as regiões do Brasil
Hábitos – seu canto lembra o som de um violino. Existe uma grande variedade de cantos de curió.
Alimentação – sementes de tiririca (Cyperus rotundus)
Reprodução – reproduzem-se normalmente na primavera-verão.
Ameaças – é atualmente o pássaro canoro mais cobiçado do país, sendo que o valor de um curió-campeão pode ser superior ao de um carro 0km! Por isso é muito caçado para atender a apreciadores de pássaros canoros e tráfico de animais. (Fonte: Vivaterra)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Crime ambiental - PF aperta cerco contra tráfico de animais silvestres


O tráfico de animais silvestres sofre forte golpe da Polícia Federal. Agentes do IBAMA e da PF apreenderam no Mato Grosso do Sul, mais de 600 aves mantidas em viveiros e em Goiás, quase 2000 aves. O esquema nacional de tráfico de pássaros silvestres tinha inclusive a participação de criadores autorizados pelo IBAMA. A operação aconteceu em seis estados.

Entre os pássaros
apreendidos haviam espécies ameaçadas de extinção, como o bicudo, o pintassilgo do nordeste e a arara azul. Foram seis meses de investigação para desmontar o esquema. Uma parte da quadrilha capturava as aves nas regiões norte e centro-oeste do país. Depois as aves recebiam anilhas falsificadas. Essas anilhas são emitidos pelo IBAMA e servem para identificas aves nascidas em cativeiro.

Treze pessoas foram presas, mas devem responder em liberdade pelos crimes de formação de quadrilha, captura de aves e falsidade ideológica. As investigações revelaram que as anilhas eram produzidas aqui em Goiânia e distribuídas para criadores de todo o país.

Esses “criadores” têm a necessidade, uma vez que eles não conseguem essa reprodução em cativeiro, de legalizar essas aves capturadas na natureza utilizando-se de anilhas falsificadas. O interesse por essas anilhas falsificadas era manifestado por “criadores” de todo o país, o que fez com que a PF conseguisse detectar esses braços que se estenderam até outros estados.Está sendo investigada a participação direta de funcionários do IBAMA no crime.


Foram necessárias mais de 60 gaiolas para abrigar todas as aves. As aves apreendidas foram encaminhados ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres do IBAMA e vão ficar sob a guarda do instituto.

Em outra ação, no início da madrugada desta sexta-feira, a PF apreendeu em Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro, 400 pássaros. As aves, da espécie conhecida como pichanchão (Sporophila frontalis), ameaçada de extinção, estavam acondicionados em minúsculas gaiolas, todas escondidas em mochilas, no compartimento de bagagens de um ônibus da Viação Costa Verde. O traficante Vilson dos Santos foi preso em flagrante. Segundo a polícia, ele saíra com a carga de Paraty, confessando que o destino das aves seria a feira livre do município de Caxias, na Baixada Fluminense.

Os pássaros apreendidos são nativos de Mata Atlântica e fazem parte da lista do Ministério do Meio Ambiente com mais 625 espécies da fauna e da flora brasileira ameaçadas de extinção. Entre os pássaros apreendidos havia ainda, alguns exemplares de saíra-sete-cores.

Pichanchão - Sporophila frontalis

Saíra-sete-cores - Tangara seledon

A operação foi montada depois de uma denúncia. Nos últimos quatro meses esta é a 26ª prisão de contrabandistas de animais silvestres feito pela Polícia Federal no estado do Rio.

A Feira de Caxias é o maior antro do tráfico de animais silvestres no Rio de Janeiro. Todos sabem disso. A polícia e os órgãos ambientais sabem disso há décadas. Chegou a hora de se dar fim a esse tipo de atividade combatendo no âmago do problema: a Feira de Caxias, o maior fomentador desse tipo de crime no país. É inacreditável que até os dias de hoje, os órgãos responsáveis pela fiscalização ambiental, em todos os níveis de governo, políticos e até mesmo alguns que se dizem ambientalistas aceitem esse estado de coisas em suas barbas. Erradicando esse pólo de disseminação do tráfico de animais silvestres, teríamos queda drástica nos índices desse tipo de crime no Brasil.